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O OUTRO LADO DA NOTÍCIA

Abstenção pode atrapalhar Dilma
21/10/2014 - José Roberto de Toledo - O Estado de S.Paulo

Na reta final da eleição os movimentos do eleitorado tendem a ser mais importantes do que os números. E o crescimento de Dilma Rousseff (PT) identificado pelo Datafolha é semelhante ao captado por outras pesquisas. Embora consistente, o movimento é lento -- nada a ver com a rápida queda de Marina Silva (PSB) que acabou beneficiando Aécio Neves (PSDB) no primeiro turno.

Qualquer previsão sobre vitoriosos ou derrotados é precipitada. A diferença entre os dois candidatos a presidente é tão pequena que fatores não aferidos pelas pesquisas -- como erro e abstenção do eleitor ou voto no exterior -- podem decidir a eleição.

A abstenção tende a ser maior nos Estados onde há mais população rural ou com dificuldade de chegar ao local de votação, como no Norte e Nordeste. Isso se agrava no segundo turno, especialmente nas unidades da Federação onde o governador já foi eleito em 5 de outubro.


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A abstenção pode crescer nos maiores Estados do Nordeste onde só se escolherá o presidente, como Bahia, Pernambuco e Maranhão. Isso seria problema para Dilma, que tem mais votos nesses locais. Ela pode ter compensações, porém.

Eleitores com baixa escolaridade tendem a errar mais na hora de votar, principalmente no primeiro turno, quando tem que marcar cinco números para cinco cargos diferentes na urna. Os votos nulos foram mais frequentes no Norte e Nordeste. No segundo turno, com apenas um ou dois votos, o erro é menor. Isso pode ajudar a presidente a crescer nessas regiões.

A diferença entre Dilma e Aécio é tão pequena que até feriados podem influenciar no resultado.

Vários tribunais regionais federais, do Rio Grande do Sul ao Nordeste, estão antecipando a folga do Dia do Servidor Público para segunda-feira pós-eleição.

Se os servidores de tribunais e seus familiares viajarem e não votarem, quem perde mais?

Só as urnas dirão.


  

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