Do que é que nos livramos… 03/11/2014
- Carlos Brickmann - Observatório da Imprensa
E há quem discuta a sabedoria do voto popular.
Imagine se Aécio Neves tivesse ganho a eleição: a primeira medida, como bem advertiu sua adversária Dilma Rousseff, seria elevar os juros.
Na hora, o caro leitor pode ter certeza, obrigaria o Banco Central a aumentar os juros básicos de 11% para 11,25%, com aquela desculpa capenga de sempre: combater a inflação.
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Dilma já dizia que o PSDB planta inflação para colher juros (e, claro, beneficiar os banqueiros).
E, por falar nessa gente, a equipe de Aécio já estaria caçando banqueiros para botar no governo.
A equipe, não ele: como avisou o PT, Aécio é pouco afeito ao trabalho, e já teria viajado de férias com a família, de preferência gastando dinheiro público.
Estava em campanha porque quis, para realizar seus sonhos pessoais, mas mesmo assim iria querer descansar por nossa conta, numa praia reservada só para ele e a prole, com a Marinha garantindo seu sossego.
Eta, playboy!
Alguém tem de trabalhar, não é mesmo? Sua equipe estaria, nesse período, começando a desovar o saco de maldades. Imagine o que não faria com a tarifa de eletricidade! Dizem que seu plano era elevá-la em 54%, de um golpe só, usando Roraima como cobaia.
E, terminado o período de ócio no paraíso tropical estatizado, Aécio ficaria conchavando com um ex-presidente, já que sua preocupação nunca foi atender à população, mas ampliar o período do partido no poder.
O ex-presidente é meio idoso, mas de repente -- pode ser. E qual será sua equipe? Oras! Já festejou, já descansou, está na mordomia, ainda querem que decida?
Herança maldita
Não se pode esquecer que o povo dele estaria escarafunchando documentos para botar a culpa de tudo no governo anterior. Seria capaz de dizer, por exemplo, que jamais as contas do governo federal estiveram em tão mau estado.
Só em setembro, o buraco é de R$ 20,4 bilhões (o pior resultado, antes, tinha sido um pequeno saldo positivo de R$ 3,9 bilhões).
Deve ser coisa de quem detesta o PT, Lula e Dilma -- embora sejam dados oficiais, fornecidos pelo Tesouro.
Filosofando
Quem não conhece o passado está condenado a repeti-lo, dizia o pensador George Santayana.
O Brasil conhece o passado: Collor acusou Lula de querer confiscar a poupança, ganhou a eleição e quem a confiscou foi ele.
A história acontece como tragédia e se repete como farsa, dizia o pensador Karl Marx.
O Brasil vive o pior dos mundos: conhece o passado e o repete; e a farsa é trágica.
Coisa estranha 1
O PSDB, dias depois da eleição, pediu ao TSE uma auditoria especial dos resultados.
No pedido, informou que não põe em dúvida a lisura da apuração nem o trabalho da Justiça Eleitoral.
“Temos absoluta confiança de que o TSE cumpriu seu papel, garantindo a segurança do processo eleitoral.”
Se não há queixas quanto à apuração nem quanto à lisura do TSE, de que reclamam os tucanos?
Fim de feira
A governadora do Maranhão, Roseana Sarney, PMDB, que promete morar em Miami tão logo entregue o cargo, daqui a dois meses, enviou à Assembleia mensagem solicitando que seja aprovada uma Lei de Transparência.