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O OUTRO LADO DA NOTÍCIA

Dinheiro e palavras no lixo
08/11/2014 - Blog de Geraldo Samor - Veja.com

Numa grave ameaça ao capitalismo de fachada brasileiro, o Ministro da Fazenda Guido Mantega avisou que o Governo vai tirar o pirulito que algumas grandes empresas chupavam desde 2008, quando a crise global deu ao Governo um pretexto para transferir dinheiro do Tesouro Nacional para bolsos já abastados.

O projeto a ser desmontado -- batizado de “Bolsa Empresário” pela oposição mas conhecido nos corredores do Poder como “Vem Cá Meu Rei” -- obrigou o Tesouro a aportar 500 bilhões de reais nos últimos anos nos bancos públicos, o grosso disso no BNDES.

O banco usa os recursos para empréstimos abaixo da Selic, aquela taxa de juros que rege a vida das pessoas comuns.


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O total de empréstimos do Tesouro para os bancos públicos passou de singelos 14 bilhões de reais (ou 0,5% do PIB) no final de 2007 para orgiásticos 500 bilhões de reais (10% do PIB!) em setembro deste ano.

Calcula-se que o Bolsa Empresário custe à Viúva cerca de 35 bilhões de reais por ano.

Oitenta por cento disso é prejuízo na veia, porque o Tesouro capta recursos a um juro maior do que receberá do BNDES.

Mas calma que isso aqui não é a Renner nem a Marisa: o BNDES tem 40 anos para pagar…

É claro que a esquerda brasileira sabe que o País precisa de escolas e professores bem pagos, postos de saúde e creches, mas o PT sabe quais são suas prioridades.

Mas o dinheiro não foi jogado fora em vão -- ele pagou uma lição sobre o que não funciona em economia.

O crescimento do PIB foi de zero em 2009 para 7,5% em 2010 -- sabe quando a Ferrari acelera de zero para 100km/h em 8 segundos? -- mas aí foi murchando pra 3%.. 1%.. 2%.. até chegar a zero esse ano, que foi o ponto de partida.

Como dizia o professor de matemática: “Como queremos demonstrar.”

Ou, como diria um economista do Governo: “imagina se a gente não tivesse feito nada…”

Em retrospecto, analistas políticos dizem que o Bolsa Empresário foi uma forma de complementar o Bolsa Família e ajudar o projeto de poder do PT.

“Eles sabiam que tinham que agradar aos muito ricos e aos muito pobres. Queriam ficar 20 anos, e já conseguiram 16,” diz um analista com medo de se identificar porque trabalha no Santander.

Se colocado em pilhas de notas de R$100, o dinheiro do Bolsa Empresário percorreria uma distância igual ao perímetro do ego do ex-Presidente Lula.

O movimento de retirada da escada -- o equivalente, nos EUA, ao Federal Reserve parar a recompra de títulos -- vai ameaçar vários projetos “estratégicos” do Governo, como “O Boi é Nosso,” o “Telecom para Todos” e, claro, aquele programa que unificou os cadastros de vários outros que já existiam, o “Amigos do Rei.”

Tim Maia já dizia: “No Brasil, puta se apaixona, traficante cheira e cafetão tem ciúme”.

E governo “de esquerda” tira do público para ajudar o privado.

Bom, pelo menos alguns privados.

Na manhã de ontem, quando saiu a notícia da redução do programa, um diálogo gravado sigilosamente por um dissidente da escola de economia da Unicamp capturou a revolta entre os acadêmicos que apóiam a Nova Matriz Econômica -- aquela que diz que todos os problemas da economia são do lado da oferta.

Segue uma transcrição da gravação vazada a VEJA Mercados:

— Ainda bem que esse Mantega está demissionário.

— Esse cara está ameaçando a nossa matriz econômica, que custamos tanto a implantar.

— Imagina o Brasil com bancos públicos menores! Imagina se o balanço do BNDES voltasse ao que era tipo… no Governo FHC.

— Não! Isto não pode! Eu não vou aceitar! Eu vou denunciar este movimento como o que é: um crime de lesa-pátria!

— Senta aí, Conceição! Não precisa se exaltar.

— Mas o que ele disse exatamente?

— Está aqui na Reuters: Disse que o Governo vai reduzir o papel dos bancos públicos -- BNDES, Banco do Brasil e Caixa….

— Leviano!

Enquanto isso, dava-se o seguinte diálogo entre o marketeiro da campanha de Dilma, João Santana, de férias em Paris, e um funcionário de seu escritório no Brasil:

— Chefe, já leu aí o que o Guido falou hoje? Aquela estória dos bancos públicos…

— Li sim, meu filho. Vi isso de loongee… Cantei essa pedra lá atrás! O povo sempre fica com medo quando a gente fala que vão vender estatal... Não falei que era pra botar a culpa no outro?

— O senhor é mesmo um gênio.

— E o Partido, já pagou?


  

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