Um país em movimento 10/11/2014
- Carlos Brickmann - Observatório da Imprensa
Quem se queixava de que o país estava parado desde o início do ano já pode ficar contente: seus desejos foram atendidos.
A partir da reeleição de Dilma, no domingo, José Dirceu foi solto, os juros cresceram, a gasolina subiu, a eletricidade aumentou, o Governo anunciou o maior rombo já ocorrido nas contas do país, as autoridades da área de energia acham que não vai haver racionamento, mas por pouco.
São Paulo resolve reutilizar os esgotos para não ficar sem água, e Guido Mantega, o demitido adiado, continua sem substituto.
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Quando os deuses querem destruir um homem, atendem a seus pedidos.
Hermanos bolivarianos
Deve-se ao repórter Cláudio Tognolli, do Yahoo, a descoberta dos documentos mais impressionantes dos últimos meses: as provas de que o Governo venezuelano do Hermano Nicolás Maduro assinou acordos de cooperação, sem conhecimento das autoridades brasileiras, com o MST, Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, liderado por João Pedro Stedile.
Os acordos incluem treinamento dos brasileiros por venezuelanos, seja lá que tipo de treinamento for.
O vice-presidente do Desenvolvimento do Socialismo da Venezuela e ministro das Comunas, Elías Jaua, viajou ao Brasil a serviço da causa, sem comunicação ao Governo brasileiro.
Veio armado; e, para disfarçar, enviou a arma com a babá de seu filho, em outro avião.
Não deu certo. Ela foi presa no Aeroporto, por porte ilegal, e aguarda julgamento.
Jaua agiu com tanta desenvoltura que o Brasil decidiu reagir: o chanceler Luiz Alberto Figueiredo chamou o encarregado de Negócios da Venezuela, Reinaldo Segovia, para protestar contra a interferência do ministro em assuntos internos brasileiros.
E pensar que houve época em que os EUA interferiam na política brasileira.
Hoje, até a Venezuela se mete por aqui.
Ahn? Soberania?
Agora, a não novidade: o PSDB, partido que diz liderar a oposição ao Governo petista de Dilma, não se manifestou sobre a ação do ministro venezuelano.
Quem protestou foi o DEM.
O senador Ronaldo Caiado pediu a convocação do chanceler brasileiro pelo Senado para que explique o que pretende fazer para evitar que o MST seja treinado ilegalmente por militares estrangeiros.