O que é ruim sempre pode piorar 29/01/2015
- Blog de Rodrigo Constantino - Veja.com
Brasil cai ainda mais no ranking de liberdade econômica
O leitor sabe o que é “neoliberalismo”? Nem eu. Nunca vi, só ouvi falar.
E, segundo nossos colegas de esquerda, esse grande fantasma que passou mais longe do Brasil do que Plutão da Terra é o responsável por todos os males que assolam nosso país.
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Pode perguntar a (quase) qualquer professor de história!
Salários baixos?
Culpa do tal “neoliberalismo”.
Muita desigualdade?
“Neoliberalismo”, claro.
Favelas, violência, desemprego?
Pode colocar tudo na conta do “neoliberalismo”.
É assim que os professores “ensinam” seus alunos, desde cedo.
É esse também o discurso do PSOL, do PT e das esquerdas em geral.
Mas que raio de “neoliberalismo” é esse, gente?
Bem, se por “neoliberalismo” se entende uma economia capitalista de livre mercado, austeridade fiscal (ó céus, que horror!), império das leis isonômicas (igualmente válida para todos), abertura comercial e respeito aos contratos e à propriedade privada, então podemos afirmar sem receios que o Brasil é tudo, menos “neoliberal”.
Na verdade, segundo o Índice de Liberdade Econômica que o Heritage Foundation calcula todo ano, nós somos praticamente socialistas!
Isso mesmo: nossa liberdade econômica é quase inexistente, uma das menores do mundo!
E como tudo que é ruim pode sempre piorar, eis que nossa posição no ranking de 2015 caiu ainda mais!
Estávamos no 114º lugar em 2014, e este ano passamos para o ainda mais vergonhoso 118º lugar no ranking.
Estamos competindo com países como Honduras, Mali, Nigéria e Paquistão!
Mas um otimista poderia apontar, justiça seja feita, que estamos melhores do que o Quênia, o Egito, Moçambique e a Índia.
E também damos goleada na Venezuela, que colou em Cuba e Coreia do Norte na rabeira do ranking, para honrar os países comunistas.
Brincadeiras à parte -- até porque rimos só para não chorar muito -- o fato é que o Brasil, sob o governo Dilma, vem asfixiando cada vez mais as liberdades básicas da sociedade.
Os gastos públicos crescentes e descontrolados, as intervenções estatais nos investimentos e na economia em geral, e a corrupção escancarada fazem com que o Brasil perca posições a cada nova avaliação.
Temos governo demais, mercado de menos.
Não temos regras claras do jogo, válidas igualmente para todos, e sim muitos privilégios distribuídos arbitrariamente pelo governo.
Somos uma das economias mais fechadas do mundo.
Possuímos uma das maiores cargas tributárias do planeta, além da mais complexa de todas.
A burocracia é asfixiante.
As leis trabalhistas são engessadas, rígidas.
O governo se mete em tudo por aqui, controlando meticulosamente nossas vidas e as trocas no mercado.
No topo do ranking temos Hong Kong, Cingapura, Nova Zelândia, Austrália e Suíça.
Esses, sim, poderiam ser “acusados” de “neoliberais”.
Não por acaso são desenvolvidos, ricos, com elevada renda per capita.
Mas nossos “intelectuais” de esquerda preferem condenar o capitalismo e o livre mercado por todos os males do mundo, aplaudindo sempre as intervenções estatais e atacando o capitalismo.
Se continuarmos assim, quando formos tão “livres” quanto a Venezuela a nossa esquerda ainda estará culpando o tal “neoliberalismo” por nossas desgraças, que certamente serão muito maiores…