Caminhoneiro protesta: Nós agora somos anti-PT 25/02/2015
- Blog de Felipe Moura Brasil - Veja.com
Os protestos dos caminhoneiros que pararam rodovias federais em mais de dez estados brasileiros ontem não é apenas contra o aumento do diesel, como o Jornal Nacional e a maior parte da imprensa querem fazer crer.
É também contra o governo do PT.
O caminhoneiro Gilberto Eliker, do Paraná, estado onde o litro da gasolina chega a 5 reais, resume a insatisfação da categoria:
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1) “Hoje, pra encher o tanque de um caminhão, custa 2.500 reais (…) num frete que dá 2.000 reais. Enfim, hoje nós estamos pagando pra trabalhar, na verdade.”
2) “Pedimos a saída dele: um governo corrupto, desleal, acabou com a nossa nação brasileira. (…) É a situação atual do Brasil que nos leva a fazer esse tipo de tratamento com os governantes.”
3) “Quem se sentir lesado, quem não estiver bem, quem está pagando luz cara, quem está pagando combustível alto como os agricultores, que se mobilize conosco. Esse é o momento (…). Hoje não é só o caminhoneiro que está mal. A indústria, o comércio…”
4) “Nós queremos uma reposta do governo. O governo vai ter que nos explicar o porquê do aumento do combustível, nos explicar o aumento do pedágio, nos explicar por que é que não aumenta o frete (…).”
Os caminhoneiros vão aderir também ao ato pró-impeachment de 15 de março?
5) “Sem sombra de dúvida. Esse é o nosso objetivo principal. Nós, como cidadãos brasileiros, não importa quem votou ou não votou a favor do governo, mas se [ele] não está agindo corretamente, é um direito do cidadão [protestar]: nós vivemos numa democracia. Esse governo atual, se nós avaliarmos, foi o governo que mais greve fez no mundo. O PT é que comandou as greves no nosso país. Então nós agora somos anti-PT. Nós também vamos criar um movimento de greve. E eles têm de entender que é um direito do cidadão brasileiro: se pronunciar, se defender das coisas que estão acontecendo no nosso país.”
COMENTO
Sem sombra de dúvida, o feitiço da greve e do impeachment virou contra os feiticeiros do PT.
“Não está na pauta do governo a redução do preço do diesel neste momento”, disse o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Miguel Rossetto, escalado para negociar com os caminhoneiros e evitar prejuízos ainda maiores à economia.
Claro que não está na pauta.
A alta de R$ 0,15 por litro deverá reforçar o caixa com R$ 12,18 bilhões em 2015, curiosamente um sétimo do prejuízo da Petrobras com a roubalheira petista.
Como era mesmo a frase do cartaz?
“Não vamos pagar pelos corruptos”. Pois é. Essa aí deveria ser repetida diariamente por todos os brasileiros.