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O OUTRO LADO DA NOTÍCIA

Dolar quase a R$ 3,00: detesto dizer isso, mas eu avisei…
04/03/2015 - Blog de Rodrigo Constantino - Veja.com

O dólar fechou ontem a R$ 2,92, o maior valor desde 2004. Ou seja, há dez anos não é tão caro para o brasileiro comprar produtos importados.

O Banco Central reduziu o ritmo de rolagem dos contratos de swap cambial vencendo, o que aumenta a pressão sobre nossa moeda.

Se continuar nesse ritmo diário de rolagem, o BC irá deixar vencer US$ 2,2 bilhões do lote total de US$ 9,96 bilhões de contratos desse tipo com vencimento no mês seguinte.


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O swap cambial equivale à venda de dólar no mercado futuro, oferecendo uma proteção aos investidores contra a volatilidade da moeda e reduzindo a pressão sobre o câmbio.

Além disso, tivemos um déficit comercial enorme em fevereiro, o pior do mês na história.

A exportação de commodities caiu, e o rombo comercial também coloca pressão sobre o real.

O resultado de fevereiro é composto por exportações de 12,09 bilhões de dólares, queda de 15,7% em relação a 2014, e importações de 14,93 bilhões de dólares, o que representa recuo de 8,1% sobre os resultados do mesmo mês do ano passado.

Como se não bastasse, a dívida externa de bancos e empresas privados do país dobrou entre o terceiro trimestre de 2009 e o mesmo período de 2014, atingindo US$ 208 bilhões, maior valor da série do Banco Central, iniciada em 1989.

Mais de US$ 100 bilhões de amortizações vencem este ano, representando nova pressão sobre o câmbio.

A explosão de endividamento foi facilitada pelos juros baixos praticados em países desenvolvidos.

Por fim, tem a tensão política, agravada pela “lista de Janot”, que produziu uma rebeldia ainda maior do PMDB por constar o nome de Renan Calheiros entre os envolvidos na Operação Lava-Jato (o presidente do Senado está convencido de que teve o dedo do governo nisso, principalmente do ministro da Justiça, Cardozo).

Esse clima de maior incerteza política, que pode dificultar o ajuste fiscal de Joaquim Levy (muito calcado em aumento de impostos), pode acelerar a perda de grau de investimento do Brasil, o que colocaria ainda mais pressão sobre o câmbio.

Como podemos ver, há uma espécie de “tempestade perfeita” contra o valor de nossa moeda, que deve atingir o patamar psicologicamente simbólico de R$ 3,00 em breve.

Claro que não tenho bola de cristal, que não tinha como prever exatamente essa trajetória ou esses acontecimentos.

Mas sim, era perfeitamente possível antecipar que a moeda ficaria sob pressão e sua tendência seria a desvalorização, pois o estelionato eleitoral era evidente e qualquer economista sério sabia que a situação de nossa economia era terrível, completamente oposta ao que vendia Dilma na eleição.

Tanto que eu efetivamente previ que o dólar chegaria logo a R$ 3,00 com a vitória de Dilma.

Para falar a verdade, nem esperava que fosse tão rápido, apenas dois meses após o começo do novo mandato.

Em 24 de outubro de 2014, como uma espécie de lembrete final aos que pretendiam digitar 13 nas urnas, eu escrevi:

“Se Dilma realmente vencer, e não sofrer impeachment depois, isso será só o começo; o dólar sem dúvida passará de R$ 3,00. A corrida para a moeda estrangeira será automática, pois os investidores temem um segundo mandato de Dilma, com toda a razão”.

O alerta de que a ida à Disney pela “nova classe média” ficaria cada vez mais difícil se mostrou acertado.

Mas claro que não é “apenas” isso.

Não é algo que impacta somente aqueles que planejavam viajar.

Afeta todos nós!

Torna os produtos importados mais caros, tem efeito inflacionário, torna o brasileiro mais pobre em termos relativos.

Seu imóvel vale menos em dólar, sua empresa vale menos em dólar, seu salário vale menos em dólar.

Estamos empobrecendo vis-à-vis o resto do mundo.

A farra foi boa enquanto durou, mas era uma ilusão, uma prosperidade artificial.

Houve muita irresponsabilidade, incompetência, e agora estamos começando a pagar a fatura.

E é melhor ficar atento, pois se Dilma não sofrer impeachment ou não mudar de verdade os rumos de seu governo (só colocar o Levy para aumentar impostos não vale como mudança efetiva), aí o céu será o limite.

Dólar a R$ 3,50?

Dólar a R$ 4,00?

Só Deus sabe…


  

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