Operação Tabajara 06/03/2015
- Blog de Reinaldo Azevedo - Veja.com
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, concedeu ontem uma entrevista em que se mostrou indignado.
Ele respondia à acusação do senador Aécio Neves (MG), presidente do PSDB, segundo quem o governo havia se mobilizado para incluir da “Lista de Janot” nomes de figurões da oposição.
De acordo com apuração da VEJA, o ministro disse a Sérgio Renault, advogado da UTC, que a oposição também seria engolfada pelo escândalo. Mas volto.
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Cardozo estava, escrevi, indignado. Ele é bom nisso, admito.
Ao ouvi-lo falar, somos um tantinho -- só um pouquinho -- tentados a esquecer o que sabemos.
Mas aí as coisas começam a se enfileirar na memória: a carga contra a Polícia de São Paulo quando houve um recrudescimento da violência no Estado; a sua atuação espantosa nos protestos de junho de 2013; seu protagonismo não menos estupefaciente no caso do cartel de trens e do Cade; a atuação desabrida durante a campanha eleitoral de 2014 e, por esses dias, a sua saliência na reta final do petrolão… A vontade de acreditar só um pouquinho em Cardozo passa logo.
Não com estas palavras, mas com este sentido, o ministro negou que tenha tido alguma influência na lista elaborada por Rodrigo Janot -- aquela que só tem pedidos de abertura de inquérito e nenhuma denúncia.
Os dois vinham se falando com frequência, conforme revelei neste blog no dia 22.
Aí ficamos sabendo que mantiveram um encontro fora da agenda.
Teria servido para o ministro da Justiça alertar o procurador-geral para a elevação dos riscos à sua segurança.
A PF não fez tal alerta.
Quem terá sido?
Bem, Cardozo nega interferência na lista. Janot não se pronunciou especificamente sobre o assunto, mas, em nota, sugere que coisas assim não passam de uma espécie de conspiração contra o Ministério Público.
Se só os dois participaram das conversas e se ambos negam que a lista tenha sido o tema do bate-papo, a gente não tem como provar o contrário, não é mesmo?
Mas a gente pode informar o que apura.
Lá vai uma: parlamentares da situação que transitaram pelo Palácio do Planalto e cercanias políticas receberam a gara