O novo ataque do MST e o poder destrutivo da estupidez 08/03/2015
- Lucas Berlanza - Instituto Liberal
O célebre cronista e dramaturgo Nelson Rodrigues, o mesmo que dizia que Karl Marx era “uma besta”, apontava que nossa época estava marcada por um acontecimento terrível na história humana: a “revolução dos idiotas”.
Ecoando pensadores como Ayn Rand, Nelson usou do humor trágico típico de seus textos para sustentar que as pessoas são diferentes, que têm talentos diferentes e, por isso mesmo, ocupam funções diferentes.
A obsessão pela igualdade artificial e impossível fez com que, no entanto, por teimosia e “arrogância fatal” (em termos hayekianos), os menos capacitados se julgassem senhores do bem e do mal, promovendo suas causas a qualquer preço e por quaisquer meios.
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Julgaram-se, e julgam-se ainda, dignos de determinar os rumos da vida social, quando fariam melhor em estar, no dizer de Nelson, “babando em suas gravatas”.
Avançaremos em que, fazendo mais do que somente isso, os “idiotas” podem ser perigosamente destrutivos, e comprometer gerações.
Podem destruir o legado construído por aqueles que de fato empreendem e ocupam seu tempo em trabalhos que podem ser úteis à coletividade, além de colocar em risco as instituições que configuram uma sociedade minimamente saudável.
Os literalmente “idiotas” do Movimento dos Sem Terra deram mais uma pequena amostra dessa capacidade na manhã desta quinta-feira, 5 de março, em Itapetininga (SP).
Segundo matéria do G1, mais de mil mulheres ligadas ao MST -- de acordo com a “entidade”, inseridas na Jornada Nacional das Mulheres Camponesas -- invadiram a empresa de pesquisa Futura Gene, pertencente à Suzano Papel e Celulose.
Seu propósito?
Conhecendo como conhecemos os nossos “movimentos sociais”, incapazes de “construir” qualquer coisa, só poderia ser destruir: elas puseram fim a milhares de mudas transgênicas de eucalipto produzidas numa pesquisa que vinha sendo desenvolvida desde 2001.
Não se limitaram a isso; como Nelson Rodrigues também profetizava, o “idiota”, que antes se envergonhava ou ao menos era humilde, hoje busca aplausos.
Tem o prazer em se exibir. Não por outra razão, o MST divulgou na Internet um vídeo que exibe o ato.
A ideia, conforme explicaram em nota, era provocar um “debate” na sociedade, pois “o plantio em escala do eucalipto transgênico pode causar sérios impactos ambientais e sociais, já que contaminaria a produção de mel brasileira, e necessitaria de mais água e agrotóxico se comparado com a espécie natural”.
A empresa, através de seu gerente de operações de companhia, Eduardo José de Mello, garante que o produto é seguro para o meio ambiente e que “perdemos anos de desenvolvimento tecnológico”.
Quem está mais correto em seus argumentos, é questão de segundo plano.
O modo por que se argumenta é o fundamental aqui.
De que forma o MST pensa em provocar um “debate”, se ele próprio se prova incapaz do diálogo?
Se ele próprio não faz uso das ferramentas indispensáveis em uma democracia, preferindo o atalho subversivo e ameaçador do “quebra-quebra” para fazer imposto o seu ponto de vista?
Agindo dessa forma, o MST nada tem, como nada teve jamais, a ensinar ao Brasil.
Comporta-se como um grupo terrorista, com um modus operandi repulsivo em todos os aspectos.
O irlandês Edmund Burke, a quem muito admiro, censurava os idólatras do radicalismo transformador, sinalizando que a “raiva e o delírio destroem em uma hora mais coisas do que a prudência, o conselho, a previsão não podem construir em um século”.
Promovendo um “diálogo” (não literalmente, é claro; o leitor perdoe o didatismo, mas se por acaso um militante do MST ler esse texto, embora eu não tenha a menor pretensão de “iluminá-lo”, preciso ao menos tentar fazê-lo compreender o significado dessa palavra que ele não conhece) entre ele e o velho Nelson, acrescentamos que raiva e delírio associadas -- e normalmente o são -- à mais franca estupidez, decuplicam esse seu poder imenso de arruinar o presente e o futuro.
Esse infeliz evento acontece pouco depois do memorável discurso do ex-presidente Lula, que ameaçou colocar o “exército de Stédile”, portanto o MST, nas ruas, porque os petistas “também sabem brigar”.
A conexão entre o partido de Lula e Dilma e movimentos obscuros de propostas barulhentas e discursos de ódio -- conexão essa prática e IDEOLÓGICA -- é nossa velha conhecida.
Acontece pouco antes, também, da manifestação de 13 de março, em que diferentes setores da esquerda, entre eles estando o próprio MST, estarão questionando um suposto “golpismo” em curso contra a presidente, voltando-se por antecipação contra as manifestações oposicionistas marcadas para dois dias depois.
O MST e todos os demais movimentos vinculados se apresentarão, naturalmente, como representantes do “povo”.
Será o “povo” com Dilma!
Se quisermos elevar nosso patamar como civilização, precisamos mostrar que o verdadeiro “povo” brasileiro com P maiúsculo não está de acordo com essa beligerância.
Precisamos repudiar com veemência os métodos antidemocráticos desses grupos que colocam em risco a integridade e segurança do patrimônio público e privado, e até, a julgar pelo tom belicoso de Lula, da própria vida do cidadão brasileiro.
Precisamos desfraldar bem alto a bandeira do diálogo e da reivindicação democrática, respeitando os limites do Estado de direito e seus trâmites indispensáveis, sob pena de sucumbirmos ao completo caos e de vermos prevalecerem aqueles que querem aprovar suas pautas por vias truculentas.
Não sabendo recorrer a esses trâmites, o MST perde todo o direito de ser respeitado como movimento, e se razão tivesse -- e não cremos seja o caso --, toda ela, por esse único fato, estaria perdida.