NYT: Com Dilma, voz do Brasil perante o mundo virou sussurro 22/03/2015
O jornal !The New York Times" dedicou ontem, sábado, um editorial ao Brasil.
As razões, como têm sido de praxe de uns tempos para cá, não são as melhores.
O NYT detalha a frustração dos brasileiros e de líderes estrangeiros com o governo Dilma desde sua primeira eleição, em 2011.
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Segundo o jornal, a expectativa de que a presidente tivesse uma postura de tecnocrata e pragmática, alçando o país a outro patamar de desenvolvimento econômico, não se concretizou.
"A Sra. Rousseff desempenhou uma liderança aquém do esperado em assuntos internos e talvez mais frustrante ainda no cenário internacional. Enquanto as três outras grandes economias emergentes, China, Rússia e Índia, têm forte viés de política externa, sob o olhar da Sra. Rousseff a voz do Brasil no cenário internacional raramente supera um sussurro", afirma.
O jornal sugere que Dilma deveria não apenas tentar recuperar a confiança dos brasileiros e solucionar a crise política no país, como também mirar o setor externo, em especial sua relação com os Estados Unidos.
"Um primeiro movimento seria colocar as relações diplomáticas entre o Brasil e os Estados Unidos de volta nos eixos", aponta o editorial, ao citar que as relações sofreram um baque depois que documentos vazados da NSA por Edward Snowden mostravam que Dilma era um dos alvos de espionagem.
O NYT enaltece as recentes conversas entre a presidente e membros do alto escalão da Casa Branca em direção a uma aproximação, mas reconhece que ela não ocorrerá do dia pra noite.
Segundo o editorial, contudo, é de extrema importância que as conversas se concretizem, já que o Brasil pode ter papel central na solução de questões envolvendo dois países de suma importância para a Casa Branca: Cuba e Venezuela.
"Na Venezuela, o Brasil talvez seja o ator externo mais influente capaz de mediar a cisão perigosa que ocorre entre o governo de Nicolás Maduro e a oposição", afirma o texto.
Já em relação à ilha, o NYT acredita que o Brasil pode ter "papel construtivo" na evolução política pós-Fidel.
"Como uma líder de esquerda, a Sra. Rousseff demonstrou simpatia por líderes autoritários desses dois países. Mas, como ex-prisioneira política que foi torturada durante uma era de repressão militar, a Sra. Rousseff poderia fazer muito mais para ajudar a causa daqueles que defendem valores democráticos e os tipos de movimentos sociais que tornaram sua própria ascensão ao poder possível", conclui o editorial.