BRASIL NO HAITI 22/05/2015
- Blog de Reinaldo Azevedo - Veja.com
Chegará ao fim, ao término de 2016, o que nunca deveria ter começado: a participação brasileira na Missão de Paz da ONU que atua no Haiti.
O Brasil chefia a dita-cuja. Não é uma decisão tomada em Brasília.
Na verdade, a ONU fará até o fim do ano que vem a retirada total, e, assim, o contingente de 1.343 brasileiros voltará para casa.
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Até o fim do ano, será reduzido a 850.
As informações foram prestadas pelo ministro da Defesa, Jaques Wagner, durante audiência no Senado ontem.
A aventura brasileira no Haiti começou em 2004, naquele esforço buliçoso de Lula para demonstrar que o nosso país havia mudado de patamar no cenário internacional.
Aceitar a missão era parte do esforço em favor de um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU, o que acabou, como se sabe, não acontecendo.
Não fosse o desinteresse das cinco potências em mexer na composição -- refiro-me a EUA, Rússia, França, Reino Unido e China --, há a política externa caduca do Itamaraty nos últimos 12 anos.
O que foi que o Brasil ganhou com a ação no Haiti?
Resposta: nada!
Na verdade, torrou, segundo o ministro, até agora, R$ 2,3 bilhões.
A ONU ressarciu R$ 1 bilhão, e o resto foi para o ralo.
E o que fazem os nossos homens no Haiti?
Cuidam da paz?
Com alguma frequência, tiveram, coitados!, de se meter em guerra entre bandidos comuns e a Polícia Nacional do Haiti (PNH).
Uma das missões dos nossos pobres soldados foi pacificar a maior favela de Porto Príncipe.
Ou por outra: em terras nativas, os nossos soldados não atuam em favelas; em solo estrangeiro, sim.
O que ganharam as Forças Armadas brasileiras?
Tecnologia?
Não.
Experiência em conflitos internacionais?
Não.
Respeito do mundo em razão de seu esforço?
Ninguém dá bola para o Haiti.
Torramos, então, por nada R$ 1,3 bilhão; muitos dos nossos soldados contraíram chikungunya e pusemos o país na rota da emigração em massa de haitianos.
Lula mandou mil e poucos soldados para o Haiti, e o Haiti mandou muitos milhares de haitianos para cá.
Só neste ano, já entraram, pela rota do Acre, 6.146.
O governador daquele Estado, Tião Viana (PT), teve uma ideia para resolver o seu problema: mandá-los para São Paulo.
Desde a crise política que acabou resultando no envio de brasileiros para aquele país, estima-se em pelo menos 130 mil o número de haitianos que entraram no Brasil -- a esmagadora maioria chegou por intermédio da rede criminosa que faz tráfico de pessoas.
E esse é o resumo de mais uma ideia genial parida pela mente divinal de Luiz Inácio Lula da Silva.
O país torrou R$ 1,3 bilhão, teve um ganho militar e político igual a zero e recebeu 130 mil imigrantes, que vieram compartilhar a vida miserável dos nossos pobres.
Parabéns, Lula!
Não é qualquer um que realiza tantos prodígios com uma só estupidez.