Se Levi sair, Dilma cairá 23/05/2015
- REYNALDO ROCHA
Não faço parte do time do “quanto pior, melhor”. Já fiz.
Quando era petista (sim, confesso que fui), a torcida era pelo desastre que aceleraria a queda do “inimigo”.
Celebrávamos a tragédia sofrida por terceiros desde que pudesse apressar a derrota de quem deveria ser somente adversário, mas se transformava em inimigo pela nossa visão distorcida.
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Foi essa uma das causas do meu afastamento. E da minha repulsa pelo que o PT hoje é.
O mercado mundial confia em Dilma?
Não, obviamente.
A escolha feita por Dilma no primeiro mandato -- Guido Mantega -- foi motivo de piadas internacionais.
O mínimo que se dizia dele é que, caso indicasse o caminho da esquerda, ficaria claro que o correto era o outro.
A revista The Economist rotulou de “100% Man” o brasileiro que errava 100% das previsões.
E o mundo sabia que Mantega, um fantoche de Dilma, dizia ou fazia o que a chefe mandava.
É Joaquim Levy quem segura a credibilidade do Brasil.
É ele quem tem impedido a perda do grau de investimento, etapa que antecede o desastre completo.
Ontem, o ministro da Fazenda se recusou a participar da cerimônia que anunciou os cortes orçamentários de 2015.
Levy exigia 80 bilhões. Foram 70.
Levy alegou ter sido surpreendido por uma gripe para justificar a ausência.
Recado dado, recado entendido por todos.
Na véspera, o senador Lindbergh Farias, do PT do RJ, exigiu a demissão de Levy.
Ainda não descobriu que isso resultaria na completa perda de credibilidade.
O famoso tiro no pé.
Receio que Joaquim Levy já esteja cansado das farsas e desculpas inseparáveis do estilo do governo federal.
Se Levy sair, Dilma cairá.
Simples assim.
Ela odeia Levy.
E Levy não tem qualquer simpatia pela presidente.
Ambos apenas se suportam.
Dilma faz isso para manter-se no poder mantido por um estelionato eleitoral.
Levy tenta colocar em prática, coerentemente, o que aprendeu e ensinou.
Na visão de Nelson Barbosa, ministro do Planejamento e bobo da corte da hora, a situação está sob controle.