PT uniu o Brasil. Todos contra 21/06/2015
- Blog de Reinaldo Azevedo - Veja.com
Não vou dizer que os números da pesquisa Datafolha são devastadores para o governo Dilma porque é o contrário: o governo Dilma é que é devastador para o Brasil, e isso se reflete nas pesquisas, não é?
Afinal, não é o Datafolha que faz o governo ser ruim, como podem pensar os petistas; é o governo ruim que faz o Datafolha ser o que é.
Consideram o governo ruim ou péssimo nada menos de 65% dos que responderam à pesquisa.
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Apenas 10% dizem ser ótimo ou bom, e 24%, regular.
Dilma está mal em todas as classes.
Acham-na ruim ou péssima 62% dos que ganham até dois mínimos; 69% dos que ganham de 2 a 5; 65%, entre 5 e 10, e 66% acima de 10.
Não, PT!
Não é coisa de rico.
Por região, a coisa não é melhor: o Nordeste é o mais generoso, com “apenas” 58% de ruim ou péssimo, e a coisa evolui assim na rejeição: 63% nas regiões Norte e Sul; 69% no Sudeste e 70% no Centro-Oeste.
Por idade, os jovens têm um pouco mais de paciência com Dilma: “só” 59% consideram seu governo ruim ou péssimo entre 16 e 24 anos.
E o índice negativo avança assim: 62% entre os que tem 60 ou mais; 64% entre os de 45 a 59; 68% entre os de 35 a 44, e nada menos de 70% entre os de 25 a 34.
Dilma também uniu as diferentes escolaridades: avaliam o seu governo como ruim ou péssimo 64% dos que têm ensino fundamental; 66% dos com ensino médio, e 65% com ensino superior.
Temos aí muitos elementos para reflexão. E nós a faremos.
Mas, de saída, noto: desde Fernando Collor ninguém unia o Brasil como o governo do PT: UNIÃO CONTRA!
Volte, sim, Lula!
Luiz Inácio Apedeuta da Silva, aquele que está com medo de ir para o xadrez, resolveu me atacar no congresso do PT.
Segundo disse, sou um “blogueiro falastrão” porque escrevi, numa coluna da Folha, no dia 25 de abril do ano passado, que o PT havia começado a morrer.
E olhem que eu nem antevia o fim iminente do partido -- vai acontecer quando ele não estiver mais entre nós; que demore bastante!
Eu o quero em pé para assistir ao enterro de sua quimera.
Eu me referia ao fim de um ente com vocação hegemônica.
Só isso.
Na coluna da sexta passada, dei a coisa por encerrada: o PT está morto.
Isso que está por aí, recendendo a cadaverina, é um corpo em decomposição.
Eu sou o falastrão?
Quem é que veio a público há dois meses em tom de ameaça: “Olhem que eu volto”?
Volte, sim, Lula!
O Brasil está ansioso para derrotá-lo nas urnas pela quarta vez (as outras: 1989, 1994 e 1998).
Não! Não é só por Dilma!
O país está é com o saco cheio do PT e de Lula.
Numa coisa o Babalorixá de Banânia tem razão: o partido está abaixo do volume morto.
Ou talvez não tenha.
“Volume morto” é um nome tonto que se deu à reserva estratégica de água, que o petismo, com a sua renitente capacidade de mentir, tentou transformar em lodo e lama.
A água do volume morto, devidamente tratada -- a exemplo de qualquer outra --, serve ao consumo humano.
O PT já não serve mais.
É lodo. É lama.
Segundo o Datafolha, se a eleição fosse hoje, no cenário em que Aécio Neves é candidato do PSDB, Lula teria 25% dos votos, contra 35% do senador mineiro.
Marina Silva (PSB ou Rede, sei lá) aparece com 18%.
Lula ficaria numericamente à frente, com 26%, no cenário dois, em que o nome do PSDB é Geraldo Alckmin, com 20%. Nesse caso, Marina fica com 25%.
É uma pena que o Datafolha não tenha feito simulação de segundo turno.
Tenho a certeza de que o Poderoso Chefão do partido putrefato perderia para Aécio, Alckmin e Marina.
Preconceito?
Não!
Sinal de salubridade do povo brasileiro.
Acabou a mística petista.
Lula, o mito, exibe seus pés de barro.
E quanto mais esperneia, com suas boçalidades habituais, pior!
Não! Não é só por Dilma!
É pelo PT!
É bem verdade que ela conduz um governo que nega de maneira meticulosa cada promessa de campanha.
É bem verdade que, dia após dia, o brasileiro vê a presidente desmentir as promessas da candidata.
É bem verdade que a constatação clara, palpável, inequívoca e indubitável do estelionato eleitoral contribui para elevar a sua rejeição a um nível que só não é inédito porque houve Collor, o impichado.
Mas não é só por ela.
O povo já não aceita um outro petista em seu lugar.
E a rejeição vai aumentar porque a economia vai piorar -- desta feita, sem gordura para queimar e sem chance de ficar praticando irresponsabilidades fiscais para compensar uma equação que não fecha.
Acabou a quimera luliana.
Impeachment
Se hoje se encaminhasse um processo de impeachment, com o afastamento definitivo da presidente, a nação respiraria aliviada, como respirou quando Collor foi defenestrado da Presidência.
E é evidente que motivos existem.
As lambanças fiscais apontadas pelo Ministério Público junto ao TCU caracterizam claro crime de responsabilidade.
Dilma só não é impichada porque hoje depende da boa vontade de estranhos.
Os petistas vaiam Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara?
Deveriam é aplaudi-lo.
Avaliação dos outros políticos
O Datafolha quis saber também como a população avalia políticos que acabaram sobressaindo na crise.
Só 31% dizem conhecer bem (10%) ou um pouco (21%) Michel Temer (PMDB), vice-presidente.
Nesse grupo, a aprovação é de 15%.
Afirmam conhecer bem (5%) ou um pouco (17%) Eduardo Cunha 22%, e 17% o aprovam.
Renan Calheiros (PMDB), presidente do Senado, é bem conhecido (9%) ou um pouco (18%) por 27%, com 13% de ótimo e bom.
Texto da Folha afirma, a partir desses dados, que suas respectivas aprovações “não são tão melhores que a de Dilma”.
Não procede.
Ainda que a avaliação tenha sido feita entre os que dizem conhecê-los “bem” ou “um pouco”, todo especialista em pesquisa sabe que tal juízo, quando o grau de conhecimento é muito baixo, não tem valor.
De toda sorte, as taxas de ruim/péssimo de Temer, Cunha e Renan são 37%, 28% e 34%, respectivamente.
Dilma daria hoje o braço direito para ter esses números. E o esquerdo também.
Ela está encalacrada porque é conhecida por 100% dos eleitores, e, desses, 65% consideram seu desempenho ruim ou péssimo.
Ah, sim: 19% sustentam conhecer Joaquim Levy bem (4%) ou um pouco (15%).
Nesse grupo, 20% aprovam a sua atuação, e 26% a rejeitam.
Até que ele está bem, coitado!, já que virou o bode expiatório e o saco de pancada do ajuste recessivo, que tem de ser feito para corrigir as bobagens acumuladas ao longo de 12 anos.