Eu te entendo, Thaila Ayala! 14/07/2015
- Blog de Rodrigo Constantino - Veja.com
Deu na Quem: Thaila Ayala chegou ao Brasil no domingo (13) de sua temporada em Los Angeles, na Califórnia, para rodar o longa "Aldo – O Filme", sobre José Aldo, lutador de MMA.
Sua chegada, no entanto, não foi só felicidade. A atriz foi parada na Receita Federal e precisou pagar uma taxa pelo seu computador. Depois, ela desabafou sobre o assunto em seu SnapChat.
“Parabéns Brasil. Parabéns você que mora nesse país de me*** e é parada na Receita Federal e tem que pagar pela segunda vez seu computador! Em que país você chega e tem que pagar duas vezes pela mesma coisa porque um funcionário escreveu errado a sua declaração? Você chega já desesperada para ir embora porque é um país de muita injustiça! Simplesmente somos assaltados diariamente!”, esbravejou a atriz.
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“Toda vez que eu chego no Brasil no percurso aeroporto para minha casa eu coloco o passaporte dentro da minha calça porque se eu for assaltada ele pode roubar tudo, menos o passaporte, para eu vazar!”, revelou ela.
Em casa, Thaila resolveu esclarecer seu momento “revolta”:
“Quando eu falo país de me***, é porque a gente está na me***. Isso é real, não é algo da minha cabeça, está no nosso cotidiano, todo mundo sabe isso. O mundo, aliás, sabe disso. É a maior história de corrupção! Quem paga essa conta é a gente, isso é muito revoltante.
"Não sei como ainda conseguem ficar calmos. O nosso país é um dos mais ricos e maravilhosos do mundo. A gente tem tudo aqui, importa tudo. Somos os mais ricos de água doce e potável, mas aí poluem tudo e não se preocupam em limpar. As pessoas só querem poder e dinheiro e colocam nosso país na me***”.
Por ter recebido muitas críticas dos seguidores, Taila finalizou o assunto:
“Quando o artista não se expõe, é um bando de sem opinião. Quando a gente fala, é maluco e do mal. 70% da nossa classe artística não se expõe. E está certo, pois é difícil se expor. É melhor ficar neutro porque assim todo mundo te ama”, ironizou.
Entendo a revolta da bela atriz.
O Brasil cansa mesmo, testa nossa paciência ao limite.
E sob um ufanismo boboca, ampliado na era petista, ai de quem falar certas verdades!
É logo visto como “inimigo da Pátria”, como um incomodado que deveria se mudar, pois não é mais bem-vindo em terras tupiniquins.
No Brasil, “pensam” esses nacionalistas, só deve ficar quem ama incondicionalmente o país.
Nada de críticas! Nada de verdades!
Ela está certa também ao mencionar que a classe artística raramente se expõe.
Quando o faz, é normalmente para defender o governo de olho em verbas da Lei Rouanet ou propagandas de estatais.
Ou então para bandeiras politicamente corretas covardes e sensacionalistas, que levam a esquerda caviar ao delírio.
Atacar nossas mazelas com honestidade, reclamar do abuso de nossa fome arrecadatória, que chega a dobrar ou mesmo triplicar o preço de certos produtos importados, isso quase ninguém tem coragem de fazer.
É a zona de conforto dos artistas “engajadinhos” que só sabem criticar a polícia ou o “imperialismo ianque” enquanto elogiam Cuba, sempre de longe, de Paris ou Nova York.
Mas colocar o dedo nas feridas nacionais, isso ninguém quer, para não ficar “mal na foto”, não atrair a fúria dos nacionalistas com complexo de vira-lata.
Nada disso: temos até mesmo que enaltecer as favelas, como se fossem lugares maravilhosos, redutos do bom-selvagem de Rousseau!
Como isso tudo cansa!
O Brasil só vai evoluir quando abandonar esse ranço típico de vira-lata que precisa encontrar elogios, ainda que falsos, para seu país.
É como um pai que vê seu filho fracassado, drogado, vagabundo, desempregado, e ainda diz que ele é o máximo, porque ao menos é “autêntico”, ao contrário dos “burgueses alienados” da classe média trabalhadora, os “coxinhas”.
Vamos continuar “amando” nosso querido Brasil e o blindando de críticas duras, pois ninguém pode apontar para nossa podridão.
Enquanto isso, seguimos pagando duas ou três vezes o preço que os ricos americanos pagam pelo mesmo computador.
Ao menos somos o país do futuro e da “justiça social”...
PS: Só não vale fazer esse desabafo e depois votar no Freixo do PSOL ou compartilhar textos do Greg, ok?
Isso seria muito incoerente, já que ambos, socialistas, defendem o aumento do estado.