Alckmin descarta adesão do PSDB a eventual governo de coalizão de Temer 15/07/2015
- Mônica Bergamo - Folha de S.Paulo
O governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP) joga um balde de gelo na ideia de que o PSDB poderia participar de eventual governo de coalizão do vice-presidente Michel Temer em caso de afastamento de Dilma Rousseff da Presidência.
O poder, reafirma ele, só deve ser conquistado pelas urnas.
PARA TRÁS
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Alckmin, que repete que qualquer solução para a crise passa pela Constituição, analisa que a participação do PSDB num governo de coalizão com o PMDB só teria um beneficiado -- o próprio PMDB.
Temer, em caso de sucesso, dificilmente abriria mão de ser candidato à Presidência em 2018, deixando os tucanos a reboque.
DOCE ILUSÃO
Por esse raciocínio, seria ilusão pensar que um governo Temer repetiria a Presidência de Itamar Franco -- que nomeou Fernando Henrique Cardoso ministro da Fazenda e pavimentou o caminho do PSDB ao poder.
Para tucanos que sonham com essa alternativa, Temer daria o comando da economia ao senador José Serra, que teria então visibilidade para concorrer à Presidência.
TÔ FORA
O governador já tinha deixado clara a sua posição há dois meses, numa reunião com a bancada do PPS em SP.
E agora repete seus bordões a interlocutores que voltaram a discutir a possibilidade de afastamento de Dilma.
TÔ FORA 2
E Temer almoçou com Delfim Netto na sexta, no Gero, em SP.
Reafirmou o tempo todo que está fora de qualquer operação para derrubar Dilma.
E opinou que o país, em caso de afastamento dela, poderia ficar ingovernável.
ENTREOUVIDOS
Eduardo Cunha (PMDB-RJ), homenageado pela Sociedade Rural Brasileira na segunda (13) em SP, dividiu a mesa com o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, que foi cotado para ser ministro da Fazenda.
O deputado federal recebeu a Medalha Mérito Rural, "pela autoridade e liderança com que exerce o comando da Câmara".
TUDO TRANQUILO
Advogado de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Antonio Fernando de Souza diz estar "tranquilo" mesmo diante de informações de que o presidente da Câmara deve ser denunciado pelo Ministério Público por envolvimento com a Lava Jato.
"Os elementos do inquérito a que tivemos acesso até agora não nos trazem preocupação", afirma.
PASSO ALÉM
O procurador-geral Rodrigo Janot estuda até mesmo pedir o afastamento de Cunha da presidência da Câmara.