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O OUTRO LADO DA NOTÍCIA

Por que sair às ruas para protestar neste domingo
16/08/2015 - Blog de Rodrigo Constantino - Veja.com

Brasileiro gosta de reclamar, e muito, de tudo e todos, do governo, do sistema.

Mas o problema é que quase tudo acaba em samba.

O derrotismo fatalista, de que o país não tem mais jeito mesmo, ou a tola esperança de que, de alguma forma, a ajuda cairá do céu, são posturas que em nada ajudam a mudar o Brasil na direção certa.


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Se não agirmos, quem agirá por nós?

“A punição que os bons sofrem, quando se recusam a agir, é viver sob o governo dos maus”, teria dito Platão.

“Tudo que é necessário para o triunfo do mal é que as pessoas boas nada façam”, disse Edmund Burke. Cada um isolado pode fazer pouca diferença, mas juntos o resultado virá.

“Não há nada tão forte como uma ideia cuja hora é chegada”, disse Victor Hugo.

E a pressão nas ruas é parte fundamental dessas mudanças.

Vide o impeachment de Collor.

Alguém acha que seria melhor para o Brasil seus crimes ficarem impunes naquela época?

Sim, hoje ele é senador e está envolvido em novos escândalos, o que desanima.

Mas ficou oito anos afastado da política, e o efeito pedagógico teve seu valor.

Aos poucos, o Brasil decente vai lutando contra a impunidade.

Eis um dos principais motivos para ir às ruas neste domingo: o juiz Sergio Moro e sua equipe precisam de amplo apoio da população para continuar seu importante trabalho.

É verdade que pesquisas de opinião já mostram tal apoio, mas a imagem dele é muito mais forte, e necessária.

Se você está cansado de tanta corrupção, da roubalheira, dos milhões que circulam em Brasília como se fossem trocado, então é preciso demonstrar isso nas ruas.

“Mas todos são corruptos mesmo e nada vai mudar”, dizem alguns.

Sem dúvida, nada vai mudar se pensarmos assim.

Só com a punição de cada corrupto a coisa vai mudar um dia.

E ela só virá com a pressão das pessoas cansadas de tanta corrupção.

Se você entra no supermercado e leva um susto com a conta, se está preocupado com a inflação, sair nas ruas também é uma forma de demonstrar isso.

Quem foi o responsável por essa situação?

O governo do PT, ninguém mais.

Então, colocar pressão contra esse governo é uma forma de usar a indignação para melhorar o futuro, para punir os populistas irresponsáveis e, com isso, disciplinar os próximos governantes que terão receio da reação do povo se também forem perdulários.

Se você é um democrata, se respeita as leis, então tem mais um ótimo motivo para sair às ruas.

O PT, acuado, tem usado uma linguagem de guerra civil, de ameaça violenta contra a população brasileira, citando o “exército de Stédile”, como fez Lula diretamente, ou convocando os companheiros às armas, como fez o presidente da CUT na frente da presidente Dilma.

Ficar em casa é ser indiferente a tais ameaças inaceitáveis e absurdas.

Sair às ruas é gritar que não tolera esse descalabro, que o Brasil não é a Venezuela, que ainda temos leis!

Se você é de esquerda e acredita num governo mais paternalista e no estado de bem-estar social, acredite, você também tem motivos de sobra para ir às ruas. Afinal, o PT representa uma traição a esses ideais de “justiça social”. Ele usou o discurso que conquista o típico esquerdista para se dar bem, para permanecer no poder, roubando, enriquecendo seus companheiros. Um esquerdista tradicional também deveria protestar contra esse governo.

Enfim, são vários os motivos que justificam a ida às ruas hoje.

Por outro lado, não conseguimos pensar em um único motivo para não ir.

Quem não quer protestar contra isso que está aí, está dizendo que não liga para a corrupção institucionalizada no governo, que não se incomoda com o estelionato eleitoral e o cinismo da presidente, que está contente com a inflação fora de controle, que aceita com resignação a crescente ameaça de desemprego imposta por um governo incompetente.

O maniqueísmo raramente é saudável, e o pensamento binário de “nós contra eles”, tão comum nas redes sociais, costuma fazer mal aos debates.

Mas há momentos na vida em que é, sim, preciso escolher um lado, que não há alternativa para o “neutro”, o “isento”, pois ele, na prática, representa a escolha do lado errado.

A omissão diante de um inimigo perigoso é conivência, cumplicidade.

Para dar um exemplo radical que deixe isso bem claro: alguém acha que seria razoável se abster de lutar contra Hitler e os nacional-socialistas alemães?

Não estou dizendo que o lulopetismo é como o nazismo, antes que alguém interprete errado ou tire do contexto de propósito.

Até existem muitas semelhanças, principalmente no populismo, na mentira como instrumento principal de poder, nas bandeiras coletivistas e intervencionistas, no combate ao capitalismo, ao livre mercado, ao individualismo.

Mas o ponto não é esse, e sim mostrar que, em alguns momentos da vida, simplesmente não há a opção de ficar em cima do muro, ao menos não com dignidade.

Portanto, todos às ruas neste domingo, para tornar o dia 16 de agosto um dia histórico, em que a população brasileira disse “não” ao projeto de poder petista, aos infindáveis escândalos de corrupção, ao cinismo, às mentiras, à inflação alta novamente, ao desemprego, à tentativa de destruir o futuro de nossa nação e nossas esperanças.

Ficar sentado no sofá vendo televisão é ficar alheio aos acontecimentos mais importantes do país, que definirão nosso futuro.

Lula e Dirceu ficariam contentes com esse sujeito passivo.

Você quer mesmo ser um deles, e deixar Dirceu feliz?

Ou quer tomar as rédeas de seu futuro, e mostrar que somos maiores do que eles, que não aceitaremos ser a próxima Venezuela?

Então não se omita.


  

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