Freire sinaliza com aliança formal do PPS com PSDB e PFL 09/06/2006
- Agência Estado
O presidente nacional do PPS, deputado federal Roberto Freire (PE), disse ontem que ¨é bem provável¨ que o partido se coligue formalmente com o PSDB e o PFL, na aliança que tem o tucano Geraldo Alckmin como candidato à Presidência. Freire, que desistiu de sua pré-candidatura presidencial, ressaltou que a decisão final será tomada pela convenção nacional do partido. Mas após se reunir com o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), no Palácio das Mangabeiras, em Belo Horizonte, tratou o assunto como um fato consumado.
¨É uma decisão da convenção nacional, mas eu posso antecipar que é bem provável que isso ocorra¨, afirmou o presidente do PPS, que confirmou o apoio formal do partido em Minas à reeleição de Aécio. Ele observou que a aliança com os tucanos é a que encontra mais eco nos estados. ¨Eu creio que também em nível nacional nós teremos uma coligação com o PSDB¨.
O governador mineiro comemorou o eventual embarque do PPS na candidatura de Alckmin. Na sua opinião, o presidenciável tucano ganhará um ¨combustível acessório¨ que faltava à sua candidatura, que passará a ter ¨um perfil mais adequado¨ para enfrentar o debate político com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
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Aécio enxerga na adesão do PPS a abertura de um ¨leque no campo ideológico¨ - ¨no espaço da esquerda democrática¨ -, algo necessário à candidatura oposicionista.
¨Acho que ele (o PPS) traz esse componente, um componente importante porque nos permitirá trafegar nesse espectro ideológico com muito mais facilidade. E talvez esse espaço ainda não tivesse sendo ocupado coma consistência que poderia ser apenas pelo PSDB e pelo PFL. Tem muito mais do que um efeito eleitoral, tem um efeito político¨, disse. ¨Dá um bom tempero à chapa de Geraldo Alckmin¨.
Na mesma linha, Freire observou que, no plano federal, o PPS está ¨muito junto do PSDB¨. E disse que vislumbra a construção no futuro uma ¨nova formação política democrática de esquerda¨, que incluiria setores do PMDB.
Mudança
Crítico das políticas econômicas adotadas nos governos Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente do PPS disse que Alckmin ¨já apontou que quer fazer correções de rumos e mudanças¨. Ele salientou que um documento com propostas do partido na área econômica já foi elaborado e será entregue ao candidato.
Freire resumiu o documento classificando-o como uma ¨pregação em torno de um pacto da produção¨. ¨Esse país não pode continuar sendo uma república de banqueiros como Lula transformou¨, afirmou.
Convenções
Aécio reafirmou que sua expectativa era que a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) - que restringiu a formação de alianças partidárias para as eleições de outubro, na regra da verticalização - fosse revista. Segundo ele, prevalecendo as regras anteriores, a possibilidade da formalização de uma aliança nacional do PPS com o PSDB e o PFL, ¨é o grande fato novo nesse processo eleitoral¨.
O governador disse que as convenções estadual e nacional do PSDB estão mantidas para o próximo domingo, na capital mineira. Na ocasião, as candidaturas de Alckmin à Presidência e a sua à reeleição serão homologadas. Já a confirmação das alianças, destacou, ficará para depois.