Maria Carabina 18/09/2015
- Blog de Augusto Nunes - Veja.com
Dilma Rousseff descobriu em Catanduva, há poucas semanas, que no interior paulista a avaliação do seu governo, somados os índices de “ruim” e “péssimo”, logo vai passar de 100%.
É compreensível que, antes da visita a Presidente Prudente, tenha procurado sondar os humores da cidade na conversa por telefone com um locutor da Rádio 1440 AM.
A euforia do radialista e as perguntas grávidas de exaltação patriótica convenceram a visitante de que o clima em Presidente Prudente oscilava entre o “bom demais” e o “para lá de ótimo”.
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À vontade como um tesoureiro do PT na sala do cofre, Dilma garantiu que as coisas vão muito bem, que o desastre econômico logo vai passar, que a sobriedade do governo já recolocou o país no caminho certo.
O Brasil só não caiu num tremendo Carnaval temporão porque a oposição transformou problemas brasileiros em justificativas para um golpe de Estado.
“Estamos aqui torcendo pelo seu governo, porque torcer pelo seu governo é torcer pelo Brasil”, derramou-se o entrevistador quando a conversa de comadres ia chegando ao fim.
“Agora, um pedido de um brasileiro: professora Maria Solange Caravina, mãe do meu filho, é professora da rede estadual aqui em Presidente Prudente. Ela é petista e Dilma Rousseff até o tutano dos ossos. Ela tá ouvindo a rádio. Se a senhora mandar um abraço para ela, ela vai ficar muito feliz comigo, senhora presidenta”.
A continuação do diálogo parece mentira.
O áudio do post prova que é tudo verdade.
Surpreendida pela informação assombrosa, Dilma demorou a acertar o nome da admiradora confessa.
Acompanhe a performance inverossímil do neurônio solitário:
Dilma:
“Olha, eu… cê vai repetir o nome dela, Miguel”.
Jornalista:
“Maria Solange Caravina”.
Dilma:
“Lia Solange Carabina. Eu não só mando…”
Jornalista:
“Maria… Maria…”
Dilma:
“A Lia Maria… Não… Maria Solange… Maria Solange… ô..”
Jornalista:
“Maria Solan…”
Dilma Rousseff:
“Maria Solange…”.
Jornalista:
“Caravina”.
Dilma:
“Eu quero te… Eu quero te dizê uma coisa, Maria Solange. Quero primeiro agradecê esse abraço, esse beijo, pelas… pelas… pelas ondas da Rádio Comercial 1440 AM de Presidente Prudente. E te dizê o seguinte: é por pessoas como você que a gente continua firme lutando pelo Brasil. Um abraço e um grande beijo pra você”.
Só na última frase a presidente decorou o prenome da dilmista de Presidente Prudente.
Ainda em dúvida quanto ao sobrenome, preferiu limitar-se ao Maria Solange.
Sorte do radialista.
Sabe Deus como seria recebido em casa pela mulher que Dilma transformou em carabina.