Planalto comemora decisão do STF de fatiar investigações da Lava Jato 24/09/2015
- Vera Magalhães - Painel da Folha de S.Paulo
Aos pedaços
A decisão do Supremo Tribunal Federal de fatiar as investigações da Operação Lava Jato foi bem recebida no Palácio do Planalto.
Ministros de Dilma Rousseff argumentam que o desmembramento, além de ser uma decisão jurídica acertada, dilui a tese de um grande esquema de corrupção interconectado.
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Lembram que o próprio Ministério Público já defendeu a separação, ao propor que os inquéritos de Aloizio Mercadante (PT) e Aloysio Nunes (PSDB) não ficassem com Teori Zavascki.
Ontem 1
Em 2004, o procurador Carlos Lima, que diz que o fatiamento da Lava Jato pode por fim à operação, pediu ao juiz Sérgio Moro que dividisse a investigação da Operação Farol da Colina, decorrente do Banestado.
Ontem 2
Na época, ele disse que era “importante” que se estabelecesse “a cooperação” por todo o país.
Não fecha
Na conversa com Dilma, Lula levou a cobrança do PT de que a reforma administrativa fosse adiada.
O partido reclama de não ter sido consultado e não admite perder o Ministério da Saúde para o PMDB.
Sim ou sim
“Se formos consultado, vamos opinar. Mas, se não formos consultados, também vamos opinar”, diz um dirigente petista.
Qual lado?
O grupo de deputados mais próximo de Eduardo Cunha levou ao presidente da Câmara preocupação pelas indicações da bancada do PMDB ao ministério de Dilma.
Acham impossível desvinculá-lo dos nomes.
Gato escaldado
Apde ter sentido uma melhora no clima com Cunha, o Planalto não considera as pontes com o PMDB definitivas.
Lembra que muitos peemedebistas pró-impeachment têm cargos no governo.
Parte e o todo
Um ex-ministro de Dilma resume: “Quem tem a chance de ter todos os ministérios não vai ficar satisfeito só com um”.
Recordar é…
De Manoel Júnior, um dos indicados para a Saúde, sobre o Mais Médicos, em 2013:
“Quero ver como será a importação de um cidadão que vem sem o preparo para conviver, por exemplo, com doenças tropicais”.
…viver “É uma questão extremamente grave que a presidenta Dilma Rousseff deve rever”, disse o ministeriável na tribuna da Câmara.
Coadjuvante
A Força Sindical foi consultada por representantes do governo sobre a fusão dos ministérios do Trabalho e da Previdência.
Dirigentes da central foram radicalmente contra a ideia de o Trabalho ser reduzido.
Por um fio
Os auditores fiscais, que estavam dispostos a encerrar a greve que dura mais de um mês, tiveram novo embate com Jorge Rachid, chefe da Receita Federal.
Caindo
A medida provisória que contemplava demandas da categoria e tinha o aval de Joaquim Levy foi, segundo os auditores, “desfigurada na Casa Civil”.
Mão do gato
O PSDB de Minas avalia que a divulgação dos voos do senador Aécio Neves partiu do governador Fernando Pimentel -- que, depois, soltou nota oficial dizendo que os deslocamentos foram legais.
Sem fair play
Os tucanos usam o episódio para convencer Aécio de que o partido precisa adotar uma postura mais agressiva contra o petista -- partindo para o ataque inclusive contra sua mulher, que está sob investigação.
Ecumênico
A senadora Marta Suplicy (SP) convidou governadores de outros partidos para sua filiação ao PMDB, no sábado.
“Quero que o ato seja um momento de união nacional, a favor do Brasil”, disse à coluna.
Primeirão
Miro Teixeira encaminhou ontem à Câmara a informação de que se filiou à Rede.
É o primeiro deputado pelo partido, o 28º a ter representante na Casa.
TIROTEIO
"Depois do prêmio a Alckmin pela crise hídrica, só falta agora uma homenagem póstuma pela morte do Cantareira."
De Emídio de Souza, presidente do PT paulista, sobre o Congresso premiar o governador tucano por sua gestão na área de saneamento.
CONTRAPONTO
Tapas e beijos
Um dos únicos opositores de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) no plenário da Câmara, Silvio Costa (PSC-PE) chamou a atenção ao defender o presidente da Câmara na sessão do Congresso de terça-feira.
Ele queria que Renan Calheiros (PMDB-AL), que comandava a discussão sobre os vetos presidenciais, adotasse um procedimento regimental usado por Cunha -- que estava fora do plenário.
– Eduardo Cunha diz que quem não votar obstrução nominalmente tem desconto no salário – disse.
Um aliado do presidente da Câmara rebateu:
– Cunha não vai gostar de saber que foi interpretado e defendido por Silvio Costa.