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MT Cards Que tal mostrar a cara de Mato Grosso?

CRÍTICAS CONSTRUTIVAS

RESPEITÁVEL PÚBLICO
03/01/2001 - Marcos Antonio Moreira

Já que estamos no assunto: a primeira providência da Brasil Telecom, depois da privatização da Telemat, foi desativar o posto telefônico do distrito de Mimoso, no Pantanal de Santo Antonio de Leverger.

Para quem não sabe, o distrito de Mimoso vem a ser o berço do Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon, que vem a ser o Patrono das Comunicações. Adivinhe se Dante ou qualquer outra autoridade chiou?

Agora, a população da terra natal do Patrono das Comunicações só dispõe de um orelhão instalado no meio do pasto, onde volta e meia uma vaca sai com o telefone engastalhado no chifre, deixando todo mundo lá sem qualquer contato com o mundo exterior.


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Se a Brasil Telecom não tem interesse em reativar o posto, que pelo menos instale uma uma linha física no posteamento existente ao longo do trecho Porto de Fora/Mimoso, onde todo mundo tem interesse em colocar telefone em sua propriedade.

Mas, como nenhuma "otoridade" se movimenta nem a tal Agência Reguladora de Serviços Privatizados diz a que veio, vamos vivendo mais uma daquelas situações paradoxais: na terra natal do Patrono das Comunicações não tem comunicação.

Falar em Patrono das Comunicações, o governo prometeu para o dia 5 de maio deste ano a inauguração do Memorial Rondon, no largo do Mimoso. O Excelentíssimo Sr. Dr. Governador do Estado e Comandante em Chefe da Polícia Militar de Mato Grosso tem, portanto, quatro meses para iniciar e concluir a obra.

No primeiro dia do ano, a TV Gazeta&Planeta saiu às ruas para mais uma daquelas reportagens dirigidas. Queria saber qual o maior problema da população.

90% das pessoas disseram que a situação de insegurança é o grande problema – culpa, portanto, do Excelentíssimo Sr. Dr. Governador do Estado e Comandante em Chefe da Polícia Militar de Mato Grosso.

A "reportagem", então, mudava a pergunta: queria saber qual o maior problema no bairro do entrevistado – em uma clara tentativa de arrancar críticas aos prefeitos Roberto França e Jaime Campos.

Mas fracassou a tentativa de tirar da reta o "roskoff" do Exmo. Sr. Dr. Governador do Estado e Comandante em Chefe da Polícia Militar de Mato Grosso: os entrevistados continuaram criticando a ausência de segurança e a reportagem foi encerrada.

O STF manteve liminar do juiz federal Julier Sebastião da Silva e continuam suspensas as licenças ambientais da hidrovia Paraguai/Paraná e do Terminal Portuário de Morrinhos concedidas pela Fema.

Na tentativa de derrubar a liminar, o governador Dante de Oliveira recorreu ao STF alegando que a decisão do juiz "subverte a ordem administrativa e econômica, bem como a ordem jurídica estabelecida".

Só para constar. Nos chamados "Anos de Chumbo", a fase mais sangrenta do Regime Militar, muito "subversivo" teve que se asilar, foi censurado ou apenasmente "subiu aos céus mais cedo", pela mesmíssima razão: ousou "subverter a ordem administrativa e econômica, bem como a ordem jurídica estabelecida"...

É... Definitivamente, fardados ou paisanos, as "justificativas" daqueles que se julgam acima do bem e do mal, senhores da vida e da morte, nunca mudam. Mudam apenas o nome e a embalagem. A dialética e a praxis de quem está no poder são rigorosamente as mesmas.

Em seu primeiro ato, o novo e de novo prefeito do Rio, César Maia, proibiu a divulgação de pesquisas antes de serem auditadas e ameaça fechar o Ibope. Em represália, Montenegro ameaça mudar a sede de seu respeitadíssimo instituto de pesquisa para Armação de Búzios.

César Maia anda mordido porque, na véspera da eleição no segundo turno, pesquisa divulgada pelo Ibope apontava a vitória de Conde por uma diferença de 400 mil votos.

Pelo nome do local da nova sede – Armação de Búzios -- não se trata exatamente de uma represália. Cheira mais a confissão...

Roberto França anunciou nesta terça, dia 2, os nomes do primeiro escalão na Prefeitura da Capital. Nenhuma "graaaande" novidade. O prefeito trocou apenas cinco secretários e remanejou os demais.

As boas novas ficam por conta da escolha do arquiteto José Antonio Lemos dos Santos para a Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano; Pedro Nadaf para a Secretaria de Indústria, Comércio e Turismo; Luís Soares para a Secretaria de Saúde e, claro, Auro Ida, para a Secretaria de Comunicação.

Não vou negar: na condição de presidente mundial perpétuo e vitalício do Grupo Fazendas Reunidas Perereca, com altos e múltiplos interesses nas áreas ambiental, industrial, comercial, turística, sanitária e da mídia, a indicação de Lemos, Nadaf, Soares e Ida não poderia ser melhor.

Mas nem todo mundo está satisfeito. No eterno papel de boneco de ventríloqüo de Dante e Antero, o grupo Gazeta&Planeta investiu contra a indicação do vice-prefeito Luís Soares, que é advogado, para a Secretaria de Saúde.

Sinal que os palácios Paiaguás e Consil estão até aqui de mágoa, não digeriram nem vão digerir a preterimento de Nani Müller – o vice-prefeito dos sonhos de Dante e Antero.

Situação agravada, agora, com a nova derrota imposta a Dante e Antero pelos grupos de França e Luis Soares, com a eleição de Malheiros para a presidência da Câmara Municipal de Cuiabá.

Está mais que na cara que a implicância com Luís Soares é pessoal. Afinal, Dante e Antero – pessoalmente ou via grupo Gazeta&Planeta – apoiaram a indicação e nunca criticaram a atuação do ministro José Serra, que é economista, no Ministério da Saúde.

Está todo mundo careca de saber que a questão da saúde não está restrita, não se resume nem se resolve mediante a simples apresentação de um certificado de formação acadêmica específica.

Fosse assim, nem problemas haveria. Afinal, ao longo da história, a pasta sempre foi ocupada por médicos. Nem os hospitais particulares estariam quebrados como estão.

O caos atual na saúde pública em Cuiabá tem origem em duas vertentes: a primeira, a principal e mais grave é política. A segunda é de gerência. Por motivação política, o governo do Estado vem empurrando com a barriga a construção de hospitais regionais em cidades-pólo do interior.

Para o atual governo é, digamos assim, "mais interessante", comprar ambulâncias em determinadas revendas autorizadas, distribuí-las para prefeituras no interior e, assim, entupir o Pronto Socorro de Cuiabá e de Várzea Grande com pacientes trazidos das diversas regiões do Estado. Depois, é só colocar a "reportagem" da TV Gazeta&Planeta na porta para "denunciar" a insuficiência de leitos, a qualidade do atendimento, a falta de medicamentos e culpar, é claro, os prefeitos de Cuiabá e Várzea Grande pela situação.

Também por motivação política, as bancadas de Mato Grosso na Câmara Federal e no Senado – e o mesmo pode ser dito das demais bancadas estaduais -- não têm lá muito interesse e nem muita moral para reivindicar maiores recursos para a saúde pública.

A maioria prefere, por razões óbvias, brigar pela inclusão de emendas destinadas à execução de obras nas áreas da construção civil, para felicidade geral dos empreiteiros amigos.

Batalhar, no Congresso, pela destinação de um maior volume de recursos para que o SUS possa pagar melhor os procedimentos médicos, nem pensar. Aliás, a maioria esmagadora dos congressistas nem têm autoridade moral para tanto, em razão dos incontáveis favores pessoais, familiares e grupais solicitados – e atendidos -- pelo governo federal.

A outra vertente, como disse, é de gerência. Pouco importa se o gestor seja médico ou não. Basta ter coragem para enfrentar e denunciar as várias máfias estabelecidas no setor de distribuição e venda de medicamentos e de prestação de serviços -- que consomem a maior parte dos parcos recursos disponíveis --, para a coisa já apresentar alguma melhora.

No mais, é não dar sossego às autoridades e à bancada em Brasília e não se vergar diante de "denúncias" fabricadas e "críticas" encomendadas com indisfarçáveis propósitos político-eleitoreiros, como a veiculada logo depois da posse do "advogado" Luís Soares – como fez questão de frisar várias vezes a TV Gazeta&Planeta -- na Secretaria de Saúde.

Logo após a eleição de 1° de outubro, quando seu nome nem cogitado era como candidato, escrevi aqui que "Roberto França não vai interferir na eleição de João Malheiros para a presidência da Câmara Municipal de Cuiabá".

Muito que bem: o vereador João Malheiros foi eleito nesta terça-feira presidente da Câmara Municipal de Cuiabá. Oficialmente, "sem" o apoio do prefeito Roberto França.

Malheiros, uma das figuras mais decentes da política cuiabana (é chegado num carteado, vá lá!), derrotou Edivá Alves que, também oficialmente, "não contou" com o apoio do governador do Estado, do senador Antero Pés de Barro e do grupo Gazeta&Planeta – o que vem a dar no mesmo.

Edivá atribuiu sua derrota ao "confinamento" dos 11 vereadores que apoiavam Malheiros em uma pousada na Serra de Tapirapuã, antes da eleição da nova mesa diretora da Câmara Municipal de Cuiabá, o que impediu, digamos assim, uma abordagem "mais consistente".

A reclamação de Edivá foi referendada pelo deputado federal Wilson Santos, em cuja chácara, em Chapada dos Guimarães, ficaram "confinados" oito dos nove vereadores que votaram no advogado César David, eleito presidente da Câmara Municipal de Cáceres.

Além de Dante e Antero, a eleição de João Malheiros para a presidência da Câmara Municipal de Cuiabá produziu outro grande derrotado: o PT, que perdeu uma boquinha na mesa diretora e o discurso "ideológico".

O comportamento dos deputados Gilney Vianna e Serys Slhessarenko deixou claro que a tal "posição ideológica" que serviu para "explicar" a abstenção da dupla, por ocasião da eleição da mesa diretora da Assembléia, há poucos dias, não é tão "ideológica" assim.

Na eleição na Câmara Municipal, bastou oferecer um carguinho decorativo para a vereadora Verinha Araújo – o de primeiro-vice-presidente -- para toda aquela "ideologia" desabar.

Nem o fato de o "companheiro" cabeça-de-chapa – o candidato a presidente Edivá Alves -- estar sendo acusado pela compra de votos na eleição de 1° de outubro foi suficiente para desestimular Verinha ou para mudar o voto da vereadora Enelinda Sanfoneira.

A acusação contra Edivá também não diminiu o empenho de Gilney Vianna e de Serys Slhessarenko pela vitória daquele que levou a mesmíssima deputada Serys a requerer a instalação de uma CPI.


Leitura dinâmica:

PRF registra a morte de nove mortos em acidentes no Rio , noticiou a Agência Brasil às 12:54 desta terça-feira, primeiro dia útil depois do feriadão, ainda sob o efeito manguaça.

Às 12:18, a ABr já dava uma palinha do que vinha pela frente com a manchete Policia investiga explosão de fogos em Copacabana.

O que explodiu de fogos em Copacabana na virada do ano foi uma grandeza, coisa para meio século de investigação. O notícia se referia, naturalmente, ao acidente com fogos, que provocou uma morte e deixou inúmeras pessoas feridas no réveillon carioca.

  

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