CURTO & GROSSO

Edição de 18/01/2002

Marcos Antonio Moreira -- fazperereca@yahoo.com.br

Desde a semana do Natal -- mais exatamente desde a reunião no bairro Araés quando foi definida a constituição de algumas comissões temáticas para tratar especificamente do caso do Budão de Dante -- os evangélicos não dão notícias a respeito.

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Se a Comissão de Evangelização está agindo, não sei dizer, porque não sou pastor evangélico, sequer religião tenho. Quanto às demais, se alguma explicação tem para o silêncio é a Comissão Jurídica, posto que vive-se agora o período das merecidas férias forenses.

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Quanto à Comissão Política -- se não está em recesso, não duvido nada --, a exemplo das demais, no mínimo está sendo sacaneada pela Comissão de Marketing.

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Que diabo de Comissão de Marketing é esta que jamais visitou um jornal, uma estação de TV ou uma emissora de rádio?

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Esperando o que? Tapete vermelho e criancinha na porta agitando bandeirinhas?

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O Budão do Dante, para quem não se lembra, é mais um crime ambiental tramado com o apoio do governo, na região do rio Manso.

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Oficialmente, a idéia de se construir a estátua de 108 metros no Morro do Jalapão é de um camarada que se apresenta como "monge" budista...

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E quem vai financiar tudo é um misterioso mecenas estrangeiro que vai repassar o dinheiro para uma ONG cujo proprietário presta serviços para a multinacional Monsanto -- aquela dos transgêncios.

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Sintomaticamente, a escavação da estátua deve começar em abril, justamente quando o governador Dante de Oliveira -- que apóia o cultivo de transgênicos em Mato Grosso --, vai deixar o Paiaguás para disputar uma vaga no Senado.

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Uma campanha majoritária para o Senado custa uma baba, mas sempre aparece algumas misteriosas multinacionais que se encantam pelas idéias do postulante e -- desinteressadamente -- bancam tudo.

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Assim como apareceu o tal "mecenas estrangeiro" interessadíssimo em se vingar dos talibans construindo em Chapada dos Guimarães um Budão do inteiro agrado do Dante.

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Falar em transgênicos, a rejeição aos transgênicos faz o milho brasileiro bater recorde de exportação, segundo informa a edição desta quinta, 17, do jornal francês Le Monde.

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O Le Monde comenta a pressão dos EUA para que os outros países aceitem os produtos transgênicos encerrando com a informação de que os exportadores brasileiros de milho estão comemorando o recorde no volume exportado durante a temporada 2001-2002.

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Segundo o instituto de análises paulista, Safras e Mercado, esse recorde pode ser atribuído ao fato de o milho brasileiro desfrutar da reputação de não ser geneticamente modificado.

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Então, fica assim: produtor rural que quiser votar no Dante -- que defende o plantio de transgênicos -- que vote. Só não reclama, depois, quando o mercado consumidor estiver refugando a safra...

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Pois é... Fátima, Pádua e nós nos inscrevemos no tal Top iBest e acabamos recebendo mesmo o Top-top iBest...

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Falar nisso...

Socorro! Puliça! Quero minha grana do iBest!

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