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CURTO & GROSSO
Edição de 13/12/2001
Marcos Antonio Moreira -- fazperereca@yahoo.com.br
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O generoso e cavernoso "mecenas estrangeiro que não quer ser identificado", disposto a bancar a escavação do Budão do Monge em Chapada dos Guimarães pode ser a multinacional dos trangênicos Monsanto.
Eduardo Martins -- o chefão da ONG que o governador levou de helicóptero junto com o monge budista para comprar a área no morro do Jalapão onde se pretende escavar a estátua -- é dono de uma empresa de consultoria, a E.labore, que presta serviços à multinacional.
Martins já presidiu o Ibama, de onde saiu sob a suspeita de favorecer seu cliente, conforme denúncia do jornalista Cláudio Humberto.
No período em que Martins esteve presidindo o órgão federal, o Ibama dispensou do EIA/RIMA um "estudo" sobre a soja transgênica Roundup Ready, da Monsanto.
Por conta deste "estudo", a campanha “Por um Brasil livre de transgênicos” recorreu à Justiça para reverter a decisão do agora dono da ONG "ambientalista".
A Monsanto é uma velha conhecida do Rei da Soja, o megacamarada Blairo Maggi. Tanto futricou que conseguiu fazer com que a Embrapa rompesse um convênio com a Fundação Mato Grosso e passasse a desenvolver sementes de soja com o apoio da multinacional.
A Fundação Mato Grosso -- presidida por Maggi -- desenvolveu e patenteou variedadades de soja de alta produtividade específicas para a região do Cerrado, o que, evidentemente não convém aos planos de quem chega para dominar o mercado.
Como se sabe, a soja transgênica patenteada pela Monsanto só pode ser cultivada com insumos especifícios só produzidos pela... Monsanto.
Resumo da ópera, além de dominar o mercado de sementes certificadas, a Monsanto quer dominar o mercado de insumos, tornando, na prática, o produtor cativo de seus interesses.
A soja trangênica -- a exemplo dos demais produtos alimentícios resultantes da manipulação genética -- é rejeitada pelo mercado consumidor na Europa e nos Estados Unidos.
E só há uma razão para tanta insistência em produzir alimentos transgênicos aqui no Brasil: fechar as portas do mercado mundial para as commodities brasileiras -- não pela via da imposição de sobretaxas pelos governos, mas pela rejeição pura e simples do próprio consumidor.
Para alcançar esse objetivo estratégico de seu país de origem, os Estados Unidos, a Monsanto conta com a "desinteressada" colaboração de autoridades brasileiras, tipo Eduardo Martins e outros patriotas distraídos, tipo Dante de Oliveira, que apóia a produção de transgênicos no Estado.
Naturalmente que o Exmo. Sr. Dr. Governador do Estado e Comandante em Chefe do Batalhão de Trânsito "desconhece" as ligações do "dono" da ONG com a Monsanto...
...Nem está minimamente interessado em identificar quem é o misterioso "mecenas estrangeiro" que está disposto a gastar o que for preciso para ajudá-lo a "incentivar o turismo em Chapada"...
Aí tem!
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