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CURTO & GROSSO
Edição de 21/12/2001
Marcos Antonio Moreira -- fazperereca@yahoo.com.br
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O tema é mantido a sete chaves, claro, mas é praticamente certo que os pastores e missionários que estarão reunidos neste sábado, em Cuiabá, já têm a ¨reza-forte¨ para exorcizar definitivamente o Budão de Dante.
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Na reunião, programada para a Igreja Batista do bairro Araés, as quatro comissões temáticas -- Jurídica, Política, Marketing e Evangélica --constituídas no último sábado, vão detalhar para o Conselho de Pastores e Missionários, do qual fazem parte cerca de 30 denominações religiosas, o plano de ação de cada uma delas.
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Apesar da torcida do governo em sentido contrário, a comunidade evangélica de Mato Grosso está se mobilizando para tentar impedir a escavação de uma estátua de Buda de 108 metros no Morro do Jalapão, em Chapada dos Guimarães.
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Aliás, esta estória do Budão do Dante fica cada vez mais cavernosa a cada aspecto que se analisa.
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Oficialmente, a obra será bancada com recursos repassados a uma ONG por um ¨mecenas estrangeiro que não quer ser identificado¨...
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Ora, todo dinheiro que entra no país -- seja a que título for -- tem que ter origem. Fosse assim, seria fácil para o Bin Laden, por exemplo, bancar células terroristas Brasil ou mundo afora.
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A menos que o dinheiro tenha origem ou destino ilegais(que provenha do tráfico de drogas, faça parte de um esquema de lavagem ou seja utilizado para bancar campanhas políticas, digamos), não há razão para quem manda a grana -- ¨mecenas¨ ou não -- manter-se no anonimato.
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Por lei, o Ministério Público Federal e Estadual têm livre acesso à contabilidade de qualquer Organização Não Governamental. Não é difícil, portanto, se chegar à identidade da generosa e humílima pessoa -- física ou jurídica -- que está disposta a bancar todas as despesas com a escavação da estátua do Budão.
Ou será que essa ONG -- que já recebeu dinheiro do tal ¨mecenas¨ estrangeiro para comprar a área onde está situado o Morro do Jalapão --, é diferente das demais?
Mais: o antigo dono ou posseiro da área foi informado pelo governador do Estado -- que esteve lá em companhia do monge e do camarada da ONG -- o que se pretendia fazer no local?
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Ou ficaram todos bem quietos, para pagar um preço irrisório por uma área que, se concretizado o projeto, vai valer milhões?
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Para concluir (por hoje): se a intenção é mesmo a de ¨incentivar o turismo¨ e, por consequência, ¨ajudar os moradores¨, por que o Sr. Dante Martins de Oliveira nada fez para impedir que o antigo dono vendesse sua propriedade a preço de bananinha em fim de feira em Nossa Senhora do Livramento?
Com a palavra o Exmo. Sr. Dr. Governador do Estado, Comandante em Chefe do Batalhão de Trânsito e agora, também corretor de terras para ONGs bem intencionadas...
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Mas, voltando à ¨reza-forte¨...
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Se estou bem informado e for mesmo verdadeira a informação de que disponho -- estou checando detalhes --, a tal ¨reza-forte¨ é mesmo de derrubar pica-pau do oco.
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Budão?!!!
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Desses só com 108 metros ela tira de letra!...
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Não tenho motivos, nem deveria, mas devo confessar que já estou começando a ficar com dó do Dante...
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