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CURTO & GROSSO

Inscreva nosso RSSEdição de 18/12/2001

Marcos Antonio Moreira -- fazperereca@yahoo.com.br


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Comprovando que aprendeu direitinho as lições repassadas pelo titio Filinto Müller, o governador Dante de Oliveira comanda, através da Secom, o processo de censura aos órgão de imprensa em Mato Grosso para impedir que noticiem a reação da comunidade evangélica, contrária à escavação de uma imensa estátua de Buda no Morro do Jalapão, em Chapada dos Guimarães.


"Titio Filintão" foi o criador do famigerado DIP -- Departamento de Informação e Propaganda da ditadura Vargas, período em que intelectuais e jornais "não-alinhados" sofreram uma brutal repressão.


Mais tarde, coincidentemente, o mesmo "titio" e protetor do "subversivo" Dante, foi o homem-forte do regime militar de 64 que resultou em idêntico processo de restrição à liberdade de expressão, na perseguição e até na eliminação física de adversários políticos.


As atuais SECOMs são a versão atualizada, neoliberizada do tenebroso DIP, com a diferença de que agora foi imposta a censura econômica para submeter a mídia aos caprichos do poder "democrático" estabelecido., fornecendo ou negando publicidade oficial obrigatória.


No caso específico de Mato Grosso na era do "moderno" neoliberal Dante, o governo se vale da condição de maior anunciante também para ditar a linha editorial aos meios de comunicação.

Pior: a censura econômica imposta pelo governo chega às raias de impedir até que empresas particulares anunciem na mídia considerada "inimiga" do poderoso de plantão.



À mídia amestrada, Grupo Gazeta&Planeta à frente -- sempre disposta a elogiar qualquer sandice, como esta da escavação da estátua de Buda em uma área de preservação permanente --, o governo revela-se particularmente generoso, enquanto qualquer tentativa de liberdade de expressão é financeiramente reprimida.

No caso do Budão do Dante, a coisa aqui em Mato Grosso chegou a tal descaramento, a tal desfaçatez a ponto de nem a emissora que veiculou a notícia em primeira mão -- a repetidora local da Rede Globo, a TV Centro-América, Canal 4 -- não se dar ao trabalho de repercutir o "furo" que ela mesma deu...

Ora, se a escavação do Budão do Dante é algo tão maravilhoso assim, porque impedir que o público -- que será o grande beneficiário, segundo o governo -- manifeste livremente sua opinião a respeito?


Uma de duas: ou o governador Dante de Oliveira teve um inusitado ataque de humildade e não quer ser elogiado pelo povo ou essa estátua de Buda não é essa Brastemp toda que ele próprio e seus áulicos apregoam...


Sinal de que a segunda alternativa é a mais correta está no fato de o governador colocar em prática a técnica filintiana que ele aprendeu com o titio, na desesperada tentativa de conter a inevitável mobilização dos evangélicos contrários à escavação da imagem, impedindo que a notícia chegue a conhecimento público.


Paralelamente, na mídia amestrada, o governo cuida da "plantação" de informações favoráveis à iniciativa, procurando vender a idéia de que a escavação da estátua -- segundo suas próprias palavras -- é uma "dádiva dos céus" para o turismo de Mato Grosso.


Já provamos aqui que todas as vezes que o Exmo. Sr. Dr. Dante Martins de Oliveira se diz "preocupado" com qualquer coisa quem se despreocupa são as empreiteiras pertencentes a membros de sua família ou a pessoas da copa e cozinha da residência oficial dos governadores.


Com o turismo não é diferente, conforme -- pela enésima vez -- denunciamos na manchete de nossa edição de ontem, quando revelamos a vantajosa "coincidência" de todas as repartições públicas estaduais estarem realizando a tradicional confraternização de final de ano no hotel-fazenda pertencente a primos-irmãos do governador.


Nada, rigorosamente nada leva a acreditar que com esta estória de "incentivar o turismo em Chapada dos Guimarães" através da escavação desta "dádiva dos céus" -- a estátua de Buda -- esteja em curso algo diferente. Muito pelo contrário...

O próprio naipe dos principais personagens envolvidos na estória é mais cavernoso que as montanhas de Tora Bora, no Afeganistão: um espevitado "monge" com cara de figurante de filme pornô, apresentado oficialmente como o "pai da idéia" e aqui tratado como astro principal desta ópera-bufa; o lobista de uma multinacional que produz sementes transgênicas, um misterioso "mecenas estrangeiro que não quer identificado", sem contar as manjadas figurinhas da buliçosa e desbundante tribo dos Paiaguás -- sempre prestativa quando se trata de "ajudar o povo"...

...O povo deles, é claro.

...

Mais informações sobre "o subversivo do titio Filintão" na coluna Críticas Construtivas.





   

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