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CURTO & GROSSO
Edição de 26/12/2001
Marcos Antonio Moreira -- fazperereca@yahoo.com,br
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A partir do momento em que a incompetência do governo FHC levou à adoção do racionamento de energia, sucessivos reajustes nas contas de luz foram adotados a título de "compensação de perdas".
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Os rejustes nas tarifas, naturalmente, foram e estão sendo pagos pelo consumidor e as tais "compensações" embolsadas pelas empresas distribuidoras.
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Do projeto à inauguração, como se sabe, a construção de grandes hidrelétricas demanda um prazo mínimo que varia de 6 a 8 anos -- isto quando não faltam recursos e inexistem problemas na área ambiental.
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Para agradar o FMI, o mesmo FMI que levou a Argentina pro buraco, FHC cortou os investimentos em infra-estrutura -- estradas, energia, o escambau -- e também na área social (saúde, educação, segurança pública, etc).
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A falta de investimentos em estradas, saúde, educação, segurança pública... é o que se vê desde os primeiros dias da Era FHC.
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O esgotamento do sistema energético foi o último a ser observado, até porque, nessa área, os governos -- menos o de FHC -- trabalham sempre tendo como horizonte um prazo de segurança também da ordem de 6 a 8 anos.
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Para agravar tudo, neste período, FHC promoveu a doação das empresas públicas de distribuição de energia a "investidores" privados -- um negócio tão escandaloso, que em qualquer país medianamente civilizado, seria motivo mais que suficiente para botar os responsáveis na cadeia, por elevada traição.
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Mas, como estamos no país do vale-tudo, além de doar o patrimônio público, FHC foi ainda mais generoso para com esses "investidores" -- os atuais donos das empresas de distribuição de energia: simplesmente garantiu o lucro deles, sob quaisquer circunstâncias.
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Trocando em miúdos: para atrair e tranqüilizar estes "investidores", FHC et caterva simplesmente inventaram o "capitalismo sem riscos". Ou seja: em caso de prejuízo, o povo paga a conta.
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É neste contexto, o do "capitalismo sem risco" que foram e estão sendo concedidos os tais reajustes nas tarifas de energia, para "compensar as perdas" dos novos donos do negócio.
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A "justificativa" para tais rejustes chega a ser comovente: com o racionamento, o faturamento das empresas caiu e elas precisam ser "compensadas".
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Acontece que a redução do consumo, obrigatória, compulsória, no máximo chegou a 20% e os reajustes já concedidos às empresas, a título de "compensação de perdas", já estão beirando os 50% -- incluindo o próximo, programado para os primeiros dias de janeiro.
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Acontece, também, que está chovendo acima da média, os reservatórios estão voltando -- muitos já ultrapassaram -- à quota de segurança e a dúvida que fica é a seguinte:
Quando terminar o racionamento, esses reajustes nas contas de energia, os tais reajustes concedidos a título de "compensação de perdas", serão retirados ou "incorporados" e as empresas de distribuição eternamente "compensadas"?
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Vamos rezar para que o Ministério Público Federal esteja atento e pronto para agir contra mais esse assalto contra o bolso do contribuinte, caso FHC e o Ministério das Minas e Energia sejam acometidos de mais um "patriótico" acesso de amnésia...
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