CURTO & GROSSO

Edição de 02/06/2006

Marcos Antonio Moreira -- fazperereca@yahoo.com.br

Não precisa fazer discurso, peregrinar pelos ministério, montar empresas de “consultoria” e colocar em nome de parentes ou chegados... nada disto.

Basta ficar sentado no gabinete e esperar a chegada de lobistas a serviço dos mais variados grupos de interesse, para negociar o preço do voto no varejo.

E, assim, protegido pelo voto secreto em plenário, ora, faz o jogo de uma indústria interessada, por exemplo, na aprovação da exigência de um kit de primeiros socorros em todos os veículos...

...Ora, o de uma empreiteira que vai se beneficiar com a construção ou reforma de aeroportos ou com uma improvisada operação tapa-buracos ou, ainda, com o abrandamento da legislação ambiental...

...Ora, o de uma multinacional de olho na privatização de algum bem ou serviço público e por aí afora.

Ou, então, basta aguardar a “orientação” do líder da bancada, quando a negociação com o governo federal se dá no atacado, para fazer jus a um “mensalão”.

Fatura-se, ainda, trocando de partido -– por quê, não? – quantas vezes for do interesse do governante de plantão necessitado de recompor a bancada chapa-branca e, até, para negar quorum nas votações e -– claro -- para deixar de assinar requerimentos de CPIs e, quando isto não é possível, para absolver um nobre colega apanhado com a mão na botija.

Assim, sem nenhum alarde, qualquer deputado federal do chamado “baixo clero” -– aquele que não abre a boca para nada, que não aparece nem faz questão de aparecer até no programa eleitoral do seu próprio partido ou mesmo na ¨Voz do Brasil¨; que não apresenta nenhum projeto-de-lei -– no máximo uma moção de congratulações pelo aniversário deste ou daquele município onde obteve votos -– consegue “render”, no mínimo, dois milhões de dólares/ano.

Salários, jetons e mordomias -– que perfazem aí algo em torno de 100 mil reais/mês ou 1 milhão e duzentos mil reais/ano ou, ainda, qualquer coisa parecida com meio milhão de dólares/ano, que formam o faturamento direto, declarável -- compõem apenas uma ¨cesta-básica¨, um “delta”, ou seja, a quinta parte do faturamento bruto, que tanto pode chegar em espécie, em malas ou cuecas; sob a forma de doações para a campanha de reeleição ou, então, depósitos em paraísos fiscais.

Melhor ainda:

Tudo sob o manto da imunidade, do foro privilegiado, entre outros ¨direitos¨ -- o mais sólido deles o chamado ¨espírito de corpo¨ --, daí o espantoso número de interessados.

Traduzindo:

O cargo de “representante” do povo em Brasília é uma mina de fazer dinheiro, dinheiro este que aparece, apenas em parte, de quatro em quatro anos, nas milionárias campanhas eleitorais, sob a forma de doações -- declaradas ou não --, para que ele possa continuar lá “defendendo” os mais legítimos anseios populares.

Garimpão triste!

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Bueno...

Já o Golpe do Fome Zero tá liberado, por supuesto.

KKKK!!!

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Com 400 inscritos, a Associação dos Funcionários da Fazenda de Mato Grosso promove no próximo domingo, em Cáceres, seu quinto Festival de Pesca, com direito a um barco de alumínio à melhor equipe de ment..., digo, pirangueiros.

A lua – crescente – é propícia, só tem cobra-criada, o Paraguaizão véio de guerra não usa “lencar” e tal, porém...

Sempre tem um porém...

Pela via das dúvidas, para o almoço de confraternização e de encerramento, na sede do clube campestre da associação, às margens do rio, está programado... boi ao rolete.

Tá bom...
Disfarça!

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¨Concorrência¨ especializada virou uma sarna no lombo do jogador Ronaldinho Gaúcho.

O tom patriótico-triunfante da cobertura da mídia passa a impressão de que Ronaldinho não está na Alemanha para disputar a Copa: foi apenas buscar a taça.

O que estamos vendo é, praticamente, uma reprise do que aconteceu com a ginasta -- também gauchinha -- Daiane dos Santos, durante as Olimpíadas de 2004, na Grécia.

Deu no que deu.

¨Bola de Ouro¨ à parte...

Bem a propósito:

Click aqui para saber o que tem a dizer um especialista no assunto -- e bota ¨especialista¨ nisto! -- a respeito do futuro do futebol brasileiro.

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Primeiro, a ruim:

Preço do gás natural boliviano -- que já aumentou 26,8% desde setembro do ano passado -- terá um novo reajuste de 11,34% a partir do mês que vem.

Agora, a notícia boa:

O novo reajuste não tem nada a ver com a negociação entre a Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB) e a Petrobras, por conta da nacionalização dos ativos da estatal brasileira pelo companheiro Morales.

Traduzindo:

Pense duzentas vezes antes de gastar dinheiro na conversão do motor de seu carro para consumo de GNV.

Click aqui para ler reportagem completa publicada na edição de hoje do jornal O Estado de S.Paulo.

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Daniel Dantas -- aquele do banco Opportunist e da Brasil-Teletom -- vai voltar com tudo ao topo do noticiário.

E haja Lexotan!

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Até as carpas de Brasília sabem que deputado federal ¨rende¨, por ano, qualquer coisa parecida com US$ 2 milhões.

Vamos repetir, colocar por extenso e grifar:

Dois milhões de dólares por ano.

Detalhe:

Estamos falando de deputado federal do baixo-clero.

Para os chamados ¨cabeças¨, o céu é o limite.

Este e muitos outros ¨boatos¨ e comentários exclusivos, no decorrer do dia, só aqui nesta bat-calúnia.

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