A valorosa esquadra de Mato Grosso desempenhou papel de proa – dizem as más línguas, "também de popa" – em todos escândalos miliardários que envergonharam, infelicitaram e pilharam estepaíz nos últimos anos: o dos Sanguessugas, Ambulâncias, dos Aloprados 1 e 2, Mensalão e por aí abaixo.
Espantosamente, permaneceu de fora do mais cabeludo e bilionário – em dólares: o Petrolão, aquele da Lava-Jato. Isso, até o final da semana passada, quando a figura trêfega que se autoproclama "geneticamente honesta" – Vestal Parida, para nossotros – deu o ar de sua imensa graça.
Curioso – porque embora igualmente se considerasse um ferrabrás juramentado, na primeira e única oportunidade que teve para "se aparecer" fez lambança. Relator da CPI do Banestado, tipo "sem querer querendo", deixou escapar logo quem? Quem?!!! O doleiro Alberto Youssef é a resposta.
Não incomodou ainda o senhor João Arcanjo Ribeiro – o "Comendador", de quem era comensal e cliente: na Casa Civil e na SeCão Estadual, com o nosso suado dinheiro de impostos, era o único patrocinador das três edições diárias do resultado do jogo do bicho na rádio Cultura.
Aquele que adora um troca-troca – peperecou da Arena Jovem ao PT, sigla pela qual foi constituinte liderado pelo heroi Zé Dirceu que proibiu a petralhaiada de assinar a Constituição que ora ambos esgrimem com tanto ardor – reservou sua santa ira para outro alvo.
O "ponto alto" da tal CPI, vamos dizer assim, se deu quando Pés de Barro deu ordem de prisão contra um preto, pobre – não tinha grana sequer para custear a pensão da ex – desempregado e gravemente enfermo: Celso Pitta, o "poste" de Paulo Maluf na Prefeitura de São Paulo.
A um só tempo, portanto, enigmática e sintomática a reação do ilustre semovente ao furo do Jornal Nacional do conteúdo do nhém-nhém-nhém entre FHC e o empreiteiro-monstro Marcelo Odebrecht. Negou tudo – "peremptoriamente", claro. Pior: sua suposta inocência foi atestada por... W$.
Chamam a atenção os termos empregados pelo generoso big-mega-player na zipezapeada ao confirmar ter feito o depósito com o ao que tudo indica primeiro e derradeiro presidente tucano, que não especificou valores: "...O de sempre". Quer dizer: o troço era recorrente. Só pode!
Alegar agora, como faz APB, que o sociólogo já não era presidente em 2010 quando a "catrafua" aconteceu é puro escapismo. Não invalida o fato de que o usufrutário ainda era senador com relevantes serviços prestados não a MT, onde o "Príncipe da Corrupção" construía a usina Aripuanã.
Muito "menas" outra ocorrência auspiciosa: tão logo perdeu o mandato, a nomeação do performático elemento da rua 24 como conselheiro-fantasma da Sabesp na gestão Zé Serra. E, como se sabe, do grupo – que "estrutura amigos" como ninguém – fazia parte a... Odebrecht Ambiental.
Ciro Gomes, tal qual o arbitrário Nhô Augusto Matraga do Saco-da-Imbira, personagem de Guimarães Rosa, é o sujeito que quer entrar no céu (presidência da República) na base do porrete.
Para tanto, símile do temerário filho do coronel Afonsão das Pindaíbas, vive de rosnar ameaças, distribuindo agressões e patadas verbais em cima dos adversários e até entre os aliados políticos mais próximos (vide, por exemplo, o caso do presidiário Lula da Selva, seu ex-protetor, a quem se compraz em avaliar como “um merda”).
(Considerado por muitos um disponível “língua de aluguel”, Ciro se autodenomina “operador da política”, mas, de fato, examinando-se o seu comportamento desequilibrado, o mais justo seria diagnosticá-lo como um caso clínico).
O número de bovinos abatidos em Mato Grosso (Estado com o maior rebanho do País) em maio passado só não foi menor do que o registrado em abril de 2017, mês seguinte à Operação Carne Fraca, quando uma série de indústrias suspendeu temporariamente as atividades.
Apesar do esforço da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, de interditar o debate, as conversas sobre estratégias sem Lula na disputa eleitoral têm sido inevitáveis.