Ói nóis aqui traveis a exercitar o doloroso propósito de fazer nossa declaração de voto na Seção 507 – fica a 50 metros do Choppão, o que se há de fazer sem Lei Seca? – da 1ª Zona de São Bão Jesus de Cuyabá. Comecemos pelo cargo mais elevado desta bagaça – a Presidência da República.
No primeiro turno, vamos de João – João Dionisio Filgueira Barreto Amoêdo, quando a mãe está bem braba. Na atual quadratura do círculo, em que se trava uma guerra de foice com martelo a fim de falsificar a folha corrida e assaltar o Erário, via Fundo Patriótico, não resta outra alternativa.
As exceções seriam Henrique Meirelles, que tem recursos para bancar a própria campanha, mas está em leilão pela melhor oferta do "centrão" ao MDB, e o numeroso empresário Flávio Rocha trocou o MBL pelo PRB cujo dono já sinalizou à praça estar aberto a negociações nada republicanas.
Até onde sabemos, o idealizador do Partido Novo, nº 30, é o único "outsider" que não está em hasta pública nem lançou mão de um mísero centavo dos R$ 980 mil depositados pelo Tesouro na conta da legenda – atitude que tem afugentado aventureiros e a mais fina flor da malandragem política.
Como praticamente todo mundo, nunca tínhamos sequer ouvido falar do engenheiro e administrador de empresas João Amoêdo – transita com mais desenvoltura no mundo acadêmico e nas altas rodas financeiras. Contudo, pelo que temos acompanhado, por dever de ofício, surpreende.
Seja pela coerência na defesa de suas ideias, seja pela clareza, pelo didatismo com que expõe seu projeto liberal bem temperado com metas sociais, como pilares os ensinos fundamental e profissionalizante, não a velha benemerência politiqueira e a bacharelice filosofante de botequim.
Well... Se entendemos o espírito da coisa, uma das cláusulas pétreas da Constituição de 88, o artigo 205 – "Educação é direito de todos e dever do Estado e da Família" –, seria coisa parecida com "Educação é dever de todos e obrigação do Estado". Afinal, são os conceitos que movem o mundo.
Lamentavelmente, decorridos trinta anos da Constituínte, o que temos hoje, na presente data, com o aparelhamento da academia em detrimento do mercado, é uma nação de filhos doutores sub ou desempregados e uma legião de pais e parentes analfabetos, economicamente segregados.
Com o julgamento da Adin 5508, o STF fez mais do que arbitrar uma disputa entre Ministério Público e Polícia Federal. O Supremo esclareceu pontos importantes sobre a delação premiada, ratificando que a palavra final sobre a concessão de benefícios a delatores é sempre do Poder Judiciário.
Política não é o melhor lugar para se buscar perfeição. É a arte do possível e, em nosso caso, um concurso de feiura em que se escolhe o menos pior por eliminação. Ainda assim, cabe uma reflexão.