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CURTO & GROSSO
Edição de 20/11/2001
Marcos Antonio Moreira -- fazperereca@yahoo.com.br
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Enquanto o Congresso pega fogo com uma pauta que inclui o alongamento da dívida do setor agropecuário (só em Mato Grosso são quase 800 milhões de reais em jogo) e possibilidades de mudanças -- para pior -- na CLT, o senador Antero Pés de Barro vai ficando por aqui, tratando de livrar a própria pele.
Pés de Barro aproveita o feriado do Dia de Zumbi para arranjar argumentos para apresentar amanhã, em entrevista coletiva, na tentativa de livrar-se da acusação de perjúrio -- o que, em condições normais de pressão e temperatura, usa dar cadeia e, no caso dele, além de cadeia, levar à perda de mandato.
Amanhã, em Brasília, o advogado de uma gráfica da capital protocola a acusação contra Pés de Barro na Comissão de Ética do Senado.
Pés de Barro mentiu à Justiça, negando a existência de um débito de campanha com a gráfica, mas o reconhecimento da dívida consta na prestação de contas do PSDB -- partido em Mato Grosso presidido pelo senador. (Leia mais a respeito do caso em Críticas Construtivas).
O deputado Carlos Brito agora se diz contra o cadeião de Santo Antonio de Leverger. Agora. Quando fazia parte da bancada sustentata pelo governo na Assembléia, Brito não tussiu nem mugiu na ocasião em que o cadeião foi instalado.
O cadeião de Santo Antônio fica na área urbana de Leverger, perto de uma escola e do único hospital da cidade e é palco de constantes fugas e rebeliões, a última delas com o pavoroso saldo de nove presos queimados vivos.
O esgoto do cadeião corre a céu aberto e escorre no fundo do terreno em que se acha em funcionamento o hospital.
Por conta do cadeião e de outras insanidades praticadas pelo ou com o consentimento do governo estadual em Santo Antonio de Leverger, o município está perdendo investimentos, porque o nome da cidade só aparece no notíciário ligado a matanças e crimes ambientais.
Apenas em Cuiabá e no Rio de Janeiro o Dia de Zumbi será feriado. Cuiabá e Rio têm algo em comum: aquela ginga, aquela molemolência, aquele banzo. Até em Alagoas, terra natal do homenageado, o comércio vai funcionar normalmente.
Mas, se conheço bem meu país, no próximo ano, quando a data cai numa baita de uma quarta-feira, mais capitais deverão se juntar à homenagem. Afinal, instituir feriado no Brasil é o tipo de lei que "pega" na certa.
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