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CURTO & GROSSO
Edição de 28/11/2001
Marcos Antonio Moreira -- fazperereca@yahoo.com.br
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O prefeito Euclides Santos ganhou uma sobrevida e deve continuar por mais algum tempo dirigindo o município de Poconé, pelo menos até cair junto com a liminar que obteve ontem, no Tribunal de Justiça de Mato Grosso, suspendendo a sessão de hoje da Câmara Municipal em que seria votado seu impeachment. Santos é acusado de uma série de irregularidades e deve ser cassado por 11 votos a 2.
A trajetória política de Antero Pés de Barro -- aquele que mente até sob juramento -- entrou em contagem regressiva desde ontem à tarde quando foi protocolada na Comissão de Ética do Senado a documentação que comprova que cometeu perjúrio ao negar a existência de uma dívida de campanha.
Entre todos os senadores, foi Pés de Barro quem teve a atuação mais performática por ocasião do processo que terminou na renúncia dos agora ex-colegas Antonio Carlos Magalhães, José Roberto Arruda e Jáder Barbalho, a quem acusava de... mentirosos.
Ex-colegas de Senado, bem entendido. Na Confraria do Pinócchio continuam coleguíssimos. Ultimamente Pés de Barro -- aquele das "mãos limpas" -- andava "assim" com FHC porque, ao exercer interinamente a presidência do Senado, mandou arquivar o processo de investigação contra Eduardo Jorge Caldas, o ex-secretário do presidente que liberou aquela grana toda para o juíz Lalau dos Santos Neves.
Enquanto Pés de Barro, ainda o canditado oficial do PSDB ao governo de Mato Grosso, começa sua lenta ogonia política, quem se fecha em copas é o vice-governador Rogério Salles.
Salles assume o governo em abril do próximo ano para um mandato-tampão de oito meses e, se quiser, pode tentar continuar no cargo de governador por mais quatro anos, sem a necessidade de se desincompatibilizar.
"Salles agora dá as cartas e joga de mão", resumiu uma fonte de clickm no desarvorado ninho tucano, que não tem outro candidato, a não ser o vice, em condições de substituir Pés de Barro -- aquele que mente até sob juramento.
Caso se decida pela candidatura ao Paiaguás, Rogério Salles não deverá enfrentar problemas na convenção do partido. Na condição de governador é candidato-nato.
Embora os convencionais até possam optar por outro nome, dificilmente isto vai ocorrer. Àquela altura, os dois caciques que controlam o PSDB de Mato Grosso já não serão tão poderosos assim. Fora do Paiaguás, Dante será apenas um pretendente ao Senado e Pés de Barro estará sem mandato -- seja pela via da renúncia (o mais provável), seja pela via da cassação.
Ademais, quem conhece bem a fauna político-partidária sabe do extraordinário potencial de vassalagem desses ilustres semoventes. Dificilmente algum convencional vai ter a coragem de desagradar quem está no poder e com chances reais de continuar lá.
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