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CURTO & GROSSO
Edição de 10/12/2001
Marcos Antonio Moreira -- fazperereca@yahoo.com.br
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No final desta semana um grupo de pastores, representando as diversas denominações religiosas, vão redigir um documento que irão tentar entregar pessoalmente ao governador Dante de Oliveira.
Se irão conseguir agendar uma audiência para "falar com Deus" a respeito da projetada estátua de Buda que um monge planeja construir na Chapada dos Guimarães, com apoio oficial, já é outra história...
"Deus" -- por outra: "melhor que Deus" -- é como o governador Dante de Oliveira é tratado e reverenciado pelos seus luas-pretas.
Não se sabe se o secretário de Indústria e Comércio, Carlos Al Vallone -- recentemente escolhido para ser "o suplente de Deus" e eleito ontem "vice-de Deus" no Diretório Estadual do PSDB -- será convidado para a reunião com os pastores no Palácio Paiaguás.
Por razões óbvias, é muito pouco provável que no encontro com as lideranças evangélicas ocorra uma aparição da imaculada primeira-dama ou do poderoso São Carlão.
As lideranças e congregações evangélicas andam pê da vida com pelo menos duas iniciativas tomadas diretamente ou com as bênçãos do criador do Parque dos Oliveiras -- ou Parque Irmã Bonifácia, como queiram --, a saber:
A escavação de uma imensa estátua de Buda nos paredões do Morro do Jalapão, na região do rio Manso, em Chapada dos Guimarães e a redução do horário de programas evangélicos nas emissoras de rádio e TV, proposta pelo "Benjamim" Antero Pés de Barro, o (ainda?) senador e (ainda) candidato oficial do tucanato ao governo de Mato Grosso -- ungido por "Deus" Dante.
Legislação ambiental à parte, os cristãos pentecostais, como se sabe, são contra a iconoclastia -- a reverência e adoração a estátuas -- e o governador de Mato Grosso está apoiando a anunciada escavação da estátua de Buda, que seria a maior do mundo, "para incentivar o turismo" em Chapada.
Este lance da "estalta" é uma estória muito suspeita, muito "esquerda" -- para usar um termo do agrado dos neo-liberais tucanos (Veja nas seções "Críticas Construtivas" e "Coluna do Arquimedes".
Caso insista na idéia, será muito difícil impedir que os pentecostais acabem mandando a candidatura ao Senado do criador do Parque dos Oliveiras "bra Buda que bariu". Com todo respeito, é claro.
Por conta da iniciativa de reduzir o horário dos programas evangélicos, idêntico destino terá o (ainda?) senador, (ainda) candidato oficial do PSDB e "ungido" por "Deus", Antero Pés de Barro -- aquele que mente até sob juramento.
No lugar da programação evangélica -- geralmente exibida durante a madrugada --, Pés de Barro quer programas mais instrutivos, mais educativos, mais edificantes, tais como "Cadeia Neles", "Cine Privé" e quejandos.
Pés de Barro "justifica" sua iniciativa alegando que tais programas se valem da boa-fé das pessoas para explorá-las financeiramente. É o caso de se perguntar: e os políticos, o que fazem? Fazem pior: exploram a boa-fé do eleitor com promessas estapafúrdias.
A única diferença é que, ao invés de atuar no varejo, os políticos e seus DASs atacam diretamente os cofres públicos.
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