|
CURTO & GROSSO
Edição de 11/12/2001
Marcos Antonio Moreira -- fazperereca@yahoo.com.br
00:00
No Jardim dos Oliveiras, sempre que o Todo Poderoso se preocupa com o meio ambiente, quem fica despreocupada é a Sagrada Família.
Foi assim quando Dante cismou de implantar o Parque "Irmã" Bonifácia de Oliveira -- obra que está resultando na devastação de 40% da maior área verde da Capital...
Foi assim quando Dante apoiou a implantação do maior projeto hoteleiro no Pantanal -- o Sesc/Pantanal -- que resultou na construção de centenas de quilômetros de aterros ilegais, que impedem a livre circulação das águas e que deixou no desemprego centenas de pantaneiros...
Foi assim quando Dante insistiu e continua inistindo na pavimentação da Rodovia Transpantaneira, apesar de a obra ser condenada pela população local, pelo próprio Banco Interamericano de Desenvolvimento e até pelos turistas...
Com efeito, o Parque "Irmã" Bonifácia de Oliveira -- conforme denunciei e antecipei o resultado da "concorrência" aqui -- não tinha, não tem e nunca teve outro objetivo que não fosse o de drenar recursos -- 8,6 milhões de reais, a fundo perdido -- para a recém-fundada empreiteira da irmã, Inês de Oliveira...
Com efeito, a implantação do Sesc/Pantanal não tem, não tinha e nunca teve o objetivo de gerar empregos no Pantanal -- serviu apenas para o irmão do governador, Armando de Oliveira, "empurrar" a Fazenda Santa Maria para o Sesc/Rio, que por sinal está sob investigação...
Com efeito, a pavimentação da Rodovia Transpantaneira -- também conforme denunciamos aqui -- não tinha, não tem e nunca teve qualquer outra "justificativa" que não seja a de utilizar indevidamente recursos do projeto BID/Pantanal para pavimentar a rodovia até a entrada e, coincidentemente, somente até a entrada do hotel-fazenda pertencente aos primos do governador, entre os quais Edmundo Oliveira, o falido mais bem sucedido do Jardim dos Oliveiras.
Nada disto é de estranhar porque todos estes "projetos ambientais" foram elaborados ou passaram pelo crivo de outro primo, Frederico Müller, um dos tantos parentes e aderentes do Todo Poderoso muito bem estabelecidos na administração pública estadual, no que se configura como o maior e mais descarado caso de nepotismo da história de Mato Grosso em todas as épocas.
De igual maneira, todas as vezes que o Todo Poderoso cisma de "beneficiar" a população do Jardim dos Oliveiras sempre tem algum empreiteiro de sua copa e cozinha como "abençoado" pela iniciativa.
Foi assim com a pavimentação (mal-feita) dos aeroportos, realizada pela empreiteiras do secretário e "suplente de Deus", Carlos Al Vallone e teria sido assim com a felizmente abortada implantação do Terminal Portuário de Morrinhos e da Hidrovia Paraguai/Paraná...
...E nada, rigorosamente nada indica que algo de muito diferente esteja se passando agora com a projetada escavação do Budão do Monge ou Colosso de Dante nos paredões de Chapada dos Guimarães.
Como sempre, o Todo Poderoso conta com a crônica omissão das autoridades ambientais, com o "desinteressado" apoio dos fornecedores de opinião, com o bem remunerado silêncio das ONGs domesticadas pela Fema, com o suspeitíssima conivência das "oposições" e com a proverbial subserviência do Legislativo.
No caso do Budão, todas as nossas esperanças estão depositadas agora nas mãos das lideranças evangélicas, contrárias, por motivações próprias, à implantação do projeto -- mais um dos "crimes anunciados" contra o meio ambiente em vias de ser consumado.
Leia também: "Só pode ser falha de assessoria" na Coluna do Arquimedes na seção Tema Livre.
Compartilhe:
|
|