CURTO & GROSSO

Edição de 06/02/2002

Marcos Antonio Moreira -- fazperereca@hotmail.com (sem o "br")

Enquanto falta dinheiro para arrumar estradas, combater endemias, melhorar o salário dos servidores, entre outras questões mais urgentes, o governo está torrando uma nota pretíssima -- e nos próximos dias vai torrar ainda mais --, por conta das maravilhas operadas durante a Era Dantesca.

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Além da escandalosa propaganda nas televisões, emissoras de rádio e mídia impressa, secretários e luas pretas são escalados para conceder entrevistas, enfatizando tais "conquistas".

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Na edição desta terça, 05/02, o secretário Al Valone discorre no Diário de Cuiabá sobre um tal de Prodeic -- Programa de Desenvolvimento Industrial e Comercial.

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O nome é pomposo e tal, mas, na prática, trata-se se mais uma enganação básica, entre as tantas obradas nos mais variados setores do governo.

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Al Valone explica que, através do tal Prodeic, 28 jovens empreendedores estão recebendo, mensalmente, do governo estadual o montante de 116 mil reais e outros 46 projetos o valor de 720 mil.

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Vamos reduzir estes números à merecida insignificância: 116 mil divididos por 28 dá exatos 400 reais. Vou colocar por extenso: quatrocentos reais.

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É essa a "fortuna" que o governo está distribuindo, a título de incentivo, aos 28 beneficiários do tal Projeto Jovem Empreendedor.

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Uma merda.

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Pior, ainda, é a situação dos outros 46 "beneficiários" do tal Prodeic, que embolsaram a quantia de 720 mil reais.

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Dividindo o montante (720 mil) pelo número de "empresários" (46), chega-se à fantástica quantia de R$ 156,52. Vou colocar por extenso: cento e cinquenta e seis reais e cinquenta e dois centavos.

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Só pode ser brincadeira!

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Ou seria uma fórmula de bancar cabos eleitorais?

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A propósito, na mesma página do DC em que o secretário Al Valone -- com direito a foto e tudo mais -- fala das maravilhas do Prodeic, está estampada, também, um foto do dono da Boi Gordo, Paulo Roberto de Andrade.

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Por coincidência, ambos já fizeram negócio antes: foi quando Paulo Roberto de Andrade -- agora acusado de crime do colarinho branco -- vendeu ao secretário Al Valone uma boiada de papel.

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Pela "boiada", o secretário Al Valone -- que deve estar com dinheiro sobrando -- pagou quase mil vezes mais o valor que o governo está repassando, via Prodeic, aos empresários inscritos naquele importantíssimo "programa de incentivo".

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Falar em dinheiro sobrando, a Ericson está lançando um aparelho celular em ouro cravejado de diamantes. São apenas oitenta unidades, ao preço de 23 mil dólares.

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Uma merreca, para quem trabalha honestamente.

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Para quem está pensando em algum mimo para presentear o governador e a primeira-dama no bota-fora que se aproxima...

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