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Cuiabá MT, 24/11/2024
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CURTO & GROSSO

Inscreva nosso RSSEdição de 30/06/2005

Marcos Antonio Moreira -- fazperereca@yahoo.com.br


00:00



Adevertença ao Praneta!

Hoje a Dona Infernet amanheceu de tchico...

Só pode!

Por esta razão, além de fora do horário habitual, esta bat-calúnia vai pro ar meio que de calças curtas.

Sorry, bugrada!

Demos tudo de si e tal, mas não teve jeito.



A marca da ferradura -– 1:

Deputado Pedro Henry diz, no Terceiro Mundo da TV Record Canal 10, que se ficar comprovada a denúncia de que teria recebido mensalão de R$ 30 mil, vai se afastar da vida pública.

Quá-quá-rá-quá-quá!
--Quem riu?

Quá-quá-rá-quá-quá!
-- Fui eu!

Entenda o caso:

Se ficar comprovada a denúncia, o ilustre deputado vai ter que abandonar a vida pública porque será cassado, por supuesto...

...E não por favor, mágoa, desencanto ou enfado, tipo assim:

-- Cansei! Não brinco mais!

É por isto que eu bebo!



A marca da ferradura -– 2:

Juiz exige que dois jornalistas dos EUA revelem suas fontes...

Dispensável dizer que ambos vão cumprir os 120 dias de pena prevista para a desobediência...

...Que é o que qualquer escriba que se dê ao respeito faria em situação semelhante, ou seja: preservar a fonte a qualquer preço, inclusive sob tortura –- menos ainda em nome daquela velha amizade.

E ficam revogadas todas as disposições em contrário.



A marca da ferradura -– 3:

Metade dos produtores rurais está com a renda comprometida com bancos...

Com os bancos e tradings, tipo Amaggi e multinacionais associadas – registre-se.



A marca da ferradura -– 4:

Presença do “Meu Rei” no Tratoraço, em Brasília, não foi aquela unanimidade cantada em prosa e versos pela Valorosa.

Entenda o caso:

Boa parte dos produtores de soja – 30%, aproximadamente --, adota o plantio direto e outras práticas preservacionistas e a última coisa que desejam é ser “lincados” com a micada figura do “Estuprador da Floresta” e merecido vencedor do troféu Motosserra de Ouro, até porque isto não faz bem para os negócios, vamos dizer assim.

Mais:

Soja Majestade “Meu Rei” estava lá legislando em causa própria, uma vez que, se a grana reivindicada não sair, os produtores rurais que devem para o Grupo Amaggi não terão meios de pagar a conta.

Me engana que eu gosto!



A marca da ferradura – 5:

Mais realista que “Meu Rei”, em artigo publicado no Diário de Cuiabá, sintomaticamente sob título A soja é responsável?, o estratégico secretário Cloves Vettorato -– aquele que basta ler qualquer coisa “ofensiva” à honra e à moral do grão da soja, para jogar pedra em avião...

...Revela que duas ONGs “ambientalistas” que só ele e mais ninguém conhece – a Aliança da Terra e o Instituto de Pesquisas da Amazônia – IPAM --, foram contratadas pelo governo...

...E que Soja Majestade “desenvolve um extenso programa de ações voltadas à preservação ambiental, como a reposição de matas ciliares e recuperação de áreas degradadas (...). Todavia, todo esse esforço não é considerado”.

Ora, ora, ora, ora!...

Todo “esse esforço não é considerado”, oh cara pálida, porque não existe, porque não há nada de concreto a apresentar, a não ser a renovada disposição de continuar o desembestado processo de devastação...

...Só que, agora, com “Meu Rei” tentando tirar o seuzinho da reta e buscando lançar toda a culpa no lombo do pecuarista.

Seria esta a nobilitante missão das tais ONGs amestradas – jogar a culpa em quem não tem?

Seria este o objetivo do mal-humorado artigo psicografado por Vettorato?

Prova provada do que estamos afirmando está na mensagem n° 52/2005 que, depois de muita insistência dos pecuaristas, reduz a alíquota do ICMS do boi em pé de 17% para 3%, que acaba de ser encaminhada à Assembléia Legislativa.

Está lá com todos os esses e erres, na “justificativa” de tal mensagem:

“(...) dados do Indea (...) indicam um crescimento da pecuária superior a 10% ao ano. Desta forma, o aumento de desmate para abrigar novas pastagens ultrapassará, nos próximos três anos, áreas superiores a 1,1 milhão de hectares ao ano, atingindo no período um índice de 3,4 milhões de hectares, o que se mostra totalmente inviável para o nosso Estado”.

“Em outras palavras” -– traduz a Secom em press-release docilmente reproduzido pela Valorosa, ¨o incentivo à venda de gado acaba sendo uma medida ambientalmente correta¨.

Só rindo!

Basta observar, pois está na cara de quem quiser ver:

Em todas as áreas de pastagem, as nascentes, as margens dos rios e córregos e capões de mato são preservados porque o gado precisa de água não poluída e de árvores para se abrigar durante os temporais, nos dias de temperatura baixa ou para ficar à sombra no período mais quente do dia ou, ainda, simplesmente, para se coçar.

Exatamente o contrário ocorre nas áreas ocupadas por soja, nas quais se observa quilômetros e quilômetros sem uma única árvore; a lavoura irresponsavelmente chegando até as margens dos rios e córregos -– rios e córregos açoreados e com as águas criminosamente poluídas por inseticidas, herbicidas, fungicidas e toda sorte de produtos químicos nocivos à saúde animal e humana.

Para se comprovar o que estamos afirmando aqui, basta visitar qualquer fazenda “assistida”, por exemplo, por uma outra ONG, a Fundação Mato Grosso -– inclusive as fazendas pertencentes ao fundador desta ONG dos Transgênicos, Soja Majestade “Meu Rei” Bráulio Mággico I e Último -- áreas que nem para pastagem servirão num futuro próximo, tamanha a devastação, a compactação solo e a contaminação das águas.

Não é por aí, “Meu Rei”!

E nem vai ser trocando a sigla e o organograma da Fema ou contratando ONGs amestradas para fornecer pareceres pré-pagos ou, ainda, procurando chifre em cabeça de égüa e inventando ¨culpados¨ que a situação na área ambiental vai melhorar em Mato Grosso, porque o defeito está na cabeça soja de quem manda e no boom da soja dos pouquíssimos que lucram com a devastação ensandecida.

Voltaremos à carga.






   

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Comentários dos Leitores
Os textos dos leitores são apresentados na ordem decrescente de data. As opiniões aqui reproduzidas não expressam necessariamente a opinião do site, sendo de responsabilidade de seus autores.

Comentário de Alexandre Slhessarenko (slhessarenko@terra.com.br)
Em 30/06/2005, 21h32
Então perereca...
Camarada Mederovsk tem razão...no frigir dos ovos, é a sociedade civil organizada que irá tentar emplacar um novo 'modos operandi' ético, sobretudo depois que o mundo desabou, à vista de tantos idealistas de Joyce, ou do mísero transeunte do lusitano Pessoa, para quem "não há na travessa achada o número da porta que me deram" (Lisbon Revisited - 1926)...a par de colocar o inexorável dilema: em que medida, os fins justificam os meios? Para surto de Maquiavel, parece (na opinião deste pequeno gafanhoto), que Noam Chomsky tem razão: o pré-anarquismo pressupõe, acima de tudo e elevado a um valor 'quase' absoluto, a ÉTICA.
Saudações Maiakoviskianas,

Alexandre Slhessarenko
São Paulo-SP

Comentário de Marcos Vergueiro (marcosvergueiro@terra.com.br)
Em 30/06/2005, 16h47
Olhar Equivocado
Caro Editor Marcos Antonio Moreira.
Sugiro dar uma volta na regiâo do Vale do Guaporé ,e outras regiões de pecuaria. Para em loco ver que os pecuaristas tambem devastarão as margens de corregos e Rios.

Comentário de mederovsk (donquixote@estadao.com.br)
Em 30/06/2005, 09h35
ongs
As ONGs, afinal, são atores políticos como quaisquer outros grupos de interesse que mobilizam meios e opinião públicos por uma causa particular. Não é o caso de idealizá-las nem demonizá-las. Mas é preciso ter em mente que, hoje, agir em nome do interesse da sociedade ou da humanidade, ou pela democracia ou pelo desenvolvimento, não lhes confere legitimidade automática. Quem sabe ainda façam pelo homem o que já fizeram pelos macacos. É a esperança, já que os governos...( eduardo simantob)

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