CURTO & GROSSO

Edição de 21/07/2005

Marcos Antonio Moreira -- fazperereca@yahoo.com.br

Salvo altas reviravoltas no caso -- sacumé: ¨Meu Rei¨ é mais imprevisível que biruta de aeroporto --, mais um funcionário do Grupo Amaggi vai ser guindado ao primeiro escalão da administração pública em Mato Grosso.

Trata-se de Augustinho Moro, que será o novo titular da Secretaria Estadual de Saúde, nome defendido pelo secretário de Fazenda, Waldir Teiss, também funcionário do Grupo Amaggi -- base de Sapezal.

Moro não é o nome dos sonhos do ex-titular, Marcos Machado, agora na Secretaria Especial de Meio Ambiente, que chegou a elaborar uma lista tríplice, mas que, na verdade, desejava mesmo ser substituído por Ronan Oliveira, seu colega de infância em Alto Araguaia.

A escolha para o comando do segundo maior orçamento do Estado -- qualquer coisa parecida com meio bilhão de reais --, se deu depois de acaloradas discussões -- e bota ¨acaloradas¨ e bota ¨discussões¨ nisto!

Na verdade, só faltou sair tapas entre os respectivos ¨padrinhos¨, vamos dizer assim.

A animosidade ainda permanece, apesar dos panos quentes colocados por ¨Meu Rei¨ -- o que ainda alimenta um fiapo de esperança no ex-prefeito de Rondonópolis, Percival Muniz...

...Que continua sonhando em emplacar no cargo o secretário de Administração e seu ¨afilhado¨, Geraldo de Vitto e, assim, ter sob seu controle os dois maiores orçamentos de Mato Grosso -- já que sua mulher, Carla, comanda o maior de todos, que é o da Secretaria Estadual de Educação.

Vai continuar sonhando, até onde estamos informados.

Well...

Indiferente ao ¨pega¨ entre os dois colegas, o secretário de Indústria e Comércio, Alexandre Furlan, foi ¨surpreendido¨ na terça-feira à noite com uma big festa de aniversário no Associação do Ministério Público Estadual...

...Com direito a uma interminável fila de churrasco de ripa de costela, show da dupla Nico&Lau, discursos a granel e tratamento de ¨meu deputado¨.

Tava tudo muito bom, ía tudo muito bem até que o locutor resolveu agradecer aos patrocinadores da festança...

...E enfileirou uma série de fornecedores do governo.

Sorte que não tinha ninguém do Ministério Público por lá -- à exceção da esposa do ¨futuro deputado¨, claro...

...Se não, a candidatura teria morrido na própria data natalícia.

¨Meu Rei¨ sai do PPS, mas a fama de caloteiro fica.

Entenda o caso:

Profissionais e empresas até agora não viram a cor do dinheiro pelos serviços prestados durante a desastrada campanha do candidato do PPS à Prefeitura de Cuiabá, o pastor-marreteiro Sérgio Ricardo.

Tem gente que vendeu carro, casa e está até passando fome, por conta disto.

Pior: tem até gente morrendo porque está sem dinheiro pra comprar remédio.

Enquanto isto...

...Enquanto isto, o pastor-marreteiro diz que não é com ele; o ¨Bríncipe¨ Auad, diz que não é com ele...

...E vão empurrando tudo para os coordenadores financeiros da campanha -- Luiz Antonio Pagot, atual Chefe da Casa Civil e os empresários Mauro Mendes e Mauro Carvalho -- que não estão nem aí pra paçoca, porque também não é com eles.

Quem é o responsável, então, se tá todo mundo tirando o seuzinho da reta?

Meu Rei?

Só pode.

Resumo da ópera:

O marqueteiro às avessas, ¨Ana¨ Maria Leite -- que arrebanhou o grupo -- está a ponto de ficar doido. Mas esse, pelo menos, tem uma baita aposentadoria por ¨invalidez¨ para garantir o boião estatutário.

E os outros?

Well...

Quem se dá ao trabalho de ler estas maltraçadas sabe que é segredo público as seriíssimas restrições que temos com relação ao ¨guru¨ do ex-imperador Jota Veríssimo...

...Mas esse tipo de sacanagem não se faz, principalmente porque ninguém foi trabalhar porque acreditava no pastor-marreteiro, por razões óbvias.

Menos ainda no padrinho do candidato, ¨Bríncipe¨ Roberto França Auad, por razões mais óbvias ainda: um camarada que nem a luz da Prefeitura pagava, que dirá salários e fornecedores.

Todos aceitaram o trabalho -- apesar da folha corrida do candidato e de seu protetor -- porque o governador do Estado, Sr. Blairo Borges Maggi, o ¨Rei da Soja¨, o homem que lida em bilhões, declarou que apoiava, vestiu a camisa e saiu por aí pedindo voto...

...E ¨Meu Rei¨ não tem -- não tinha, pelo menos -- fama de caloteiro.

Se o desespero da bugrada já era grande, com a saída de Meu Rei para o PFL aí, sim, é que pesteou a lebre.

Vai sair todo mundo do PPS -- inclusive o pastor-marreteiro e seu padrinho, se bem conheço esse gado...

E agora?

Como é que fica?

Vão cobrar de quem?

Do Roberto Freire?

Meu Rei, Meu Rei!

Torce o pescoço do sr. Luiz Antonio Pagot aí, ¨Meu Rei¨ e pode tratar de mandar pagar a rapaziada logo.

Tá sobrando dinheiro pra gastar com pesquisa, não tá?

Então por que não sobra pra pagar o pessoal?

Ou será que os coitados vão ter que procurar assistência social com Dona Terezinha?

Papelão, heim Meu Rei!

Voltaremos à carga, todo santo dia.

Até pagar, claro.

Em tempo:

Esta não é única pendência. Tem coisa ainda pior que calote criando pêlo, desde a campanha de 2002. Mas esta já outra história.

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