Ói noizaqui traveis, um baita domingão de Sol de derrubar carrapato, saudável umidade relativa do ar abaixo de dois dígitos – Santa Missa das cinco da manhã em dia, claro – para, contrariadíssimos, relatar algumas verdades, dessas de fazer o miministro Blairo Maggi engasgar com ele mesmo.
Desde janeiro – lá se vão oito meses, portanto – o elemento tem construído a narrativa que lhe convém sobre o suposto "embargo econômico" da Rússia, cujo propósito seria o de forçar a queda de preços da carne de porco – com sucesso, fundamentadas fossem tais teorias conspiratórias.
Desde então anuncia uma solução para o caso "no prazo máximo de trinta dias" – de resto, a mesmíssima conversinha de que se vale para decisões semelhantes da Comunidade Econômica Europeia e dos EUA, esta relativa à importação de carne bovina in natura, há quase dois anos.
Aproveita-se o indigitado qüerelante e qüerelado – contra esse pobre marquês num processo que ajuizou no país errado, e na orclim dos precatórios fura-fila da Mendes Junior, que vai parar na Lava-Jato, pela ordem e em nome de Jesus – da péssima fama dos russos no qüesito.
Como se sabe e não é deste Carnaval, que para tirar vantagem o Kremlin é capaz de qualquer troço, até drogar gente, aliás como provam as Olimpíadas do Rio e os Jogos de Inverno na Coreia do Sul, competições das quais foram limados por dopping institucionalizado.
Na cabecinha do tal herdeirinho mimadinho do Vale do Rio Bostinha – pelo nome do lugar onde nasceu dá pra imaginar o que tem na caixola – Putin (não se perca pelo sobrenome do Wladimir) não teria peito para revelar a verdade (Pravda, em russo). Sacumé, porco não é um "cerumano".
Assim foi até a semana passada, na reunião dos Brics na África do Sul, onde e quando – como vimos aqui, óh!, o guasca caiu na besteira de provocar o colega eslavo com uma espécie de ultimato, tipo, "fale agora ou cale-se para sempre". Tentou mudar de assunto com a respostada.
Acontece, meu bem, que para a quinta-feira, 16, estava agendada um reunião com lideranças e empresários do setor e o valente bem que tentou, mas não conseguiu tirar o seuzinho da reta. E admitiu: na carne suína brasileira os laboratórios russos constataram a ractopamina.
Entre outros "benefícios" a substância é comprovadamente cancerígena e também brochante, ou seja, antes de matar provoca comichão no cesso. E "veado" – e isto desde os tempos dos czares, levado ao extremo pela nomenkatura da ex-União Soviética – dos Urais às estepes, não se cria.
Esta, porém, não foi a "melhor" parte da reunião de quinta no Ministério da Agricultura: como de costume, culpou o governo – ministro não se enquadra – e, como não?, os criadores. “Foi feito um acordo para venda da carne sem a ractopamina (à Rússia), mas alguém não cumpriu", ipsis verbis.
Quer dizer: os países importadores que acreditam que a fiscalização é feita regularmente nos laboratórios oficiais e nossotros, a bugrada, seremos obrigados a engolir qualquer "obejeto" envenenado – inda mais agora que na catiguria a PEC Amaggi atribui poderes plenipotenciários ao "forbético".
Dentro em breve, todas as patifarias antipovo do Senhor Blairo Borges Maggi veiculadas aqui serão publicadas, em inglês, no saite www.amaggi.com Não é à toa que somos o presidente perpétuo, vitalício e de carreira – sub judice – da Associação Brasileira dos Criadores de Caso.
Tão de brincadeira. Ouço as ruas e me preocupo. Não ouço de um lado só; ouço o direito, o esquerdo, o desinformado; o influenciado e o influenciador. O idiota e o intelectual. A situação é esdrúxula, mas não só isso: é perigosa.
“É muito importante dizer: não há saída sem o glifosato; ou não planta, ou faz desobediência da ordem judicial”, disse Maggi após participar do Congresso Mundial de Solos, no Rio de Janeiro.