Durante as próximas três semanas você vai ler, ver e ouvir um oceano de explicações perfeitas sobre o que aconteceu nas eleições de domingo.
A mesma cantoria, com alguns retoques, deve ser feita daqui para frente para lhe instruir em relação ao desfecho do segundo turno, no próximo dia 28 de outubro.
Em favor da economia de tempo, assim, pode ser útil anotar algumas realidades básicas que o primeiro turno deixou demonstradas.
Cada um deles teve direito a quatro minutos e meio de fala. Nos primeiros dois minutos, puderam se dirigir livremente ao público. Dois outros foram dedicados à resposta a uma pergunta formulada pelos jornalistas. E dispuseram depois de meio minuto para se despedir.
Ambos fizeram atos de contrição e juraram subordinação à Constituição e ao regime democrático, sob os quais um deles será eleito no dia 28. Sim, nos dois casos, isso era necessário.
Bolsonaro se reúne com Paulo Guedes, apontado como seu eventual ministro da Fazenda, e deverá permanecer em casa, no Rio de Janeiro. Amanhã será examinado por uma junta médica antes de definir sua agenda de campanha.
Haddad terá encontros hoje com governadores do PT e correligionários, em São Paulo, um dia depois de visitar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que está preso por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, em Curitiba.
A data de 7 de outubro de 2018 será lembrada nos livros de história como o dia em que o eleitor brasileiro chutou o balde de lama.
De olhos fechados para todos os recados emitidos pelas ruas nos últimos cinco anos, a política tradicional do Brasil teve a grandeza da vista curta, a beleza dos interesses mesquinhos, a sabedoria das toupeiras e o apetite dos roedores. Os políticos se apaixonaram incondicionalmente pelo caos.
Foram 100% correspondidos pelas urnas desta histórica eleição de 2018.