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CURTO & GROSSO
Edição de 16/07/2001
Marcos Antonio Moreira -- fazperereca@yahoo.com.br
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Seis anos depois de denunciada a mortandade, o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente finalmente decidiu mobilizar uma equipe para verificar "in loco" a mortandade de cervos na fazenda Baía Dom Bosco, no Pantanal de Poconé.
Os machos da espécie estão sendo dizimados em razão do ataque da mosca do chifre. Na tentativa de afugentar os milhares de insetos que picam o dorso, os animais acabam provocando ferimentos pelo corpo com a própria galhada.
As machucaduras atraem outra espécie de mosca, as varejeiras, que depositam suas larvas, provocando a infecção e a morte dos animais.
Os campos nativos da Fazenda Baía Dom Bosco -- onde estão refugiados os últimos grandes rebanhos de cervos do Pantanal -- estão pontilhados de carcaças de reprodutores.
O fato vem sendo denunciado há seis anos pelo pecuarista e vizinho de fazenda Jânio Roberto Beto Silva, ex-presidente do Sindicato Rural de Poconé, sem que nenhuma providência de ordem prática tenha sido tomada.
Durante todo este período, o Ibama se limitou a mandar a Poconé uma bióloga para verificar a situação. A profissional foi enviada em plena estação das águas, quando é praticamente impossível o acesso à área.
A equipe do Ibama deve seguir amanhã para a Fazenda Baía Dom Bosco, acompanhada por profissionais do Conselho Regional de Medicina Veterinária e do Sindicato Rural de Poconé.
Em conseuência da mortandade dos reprodutores da espécie, na região da Fazenda Baía Dom Bosco os rebanhos de cervos do Pantanal estão reduzidos a algumas cabras e raros cabritinhos.
O Cervo do Pantanal é o maior pastejador silvestre da planície pantaneira e a ausência de reprodutores pode levar à extinção da espécie.
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