Os produtores de soja, principal produto de exportação do País, querem que Bolsonaro garanta a posse de armas nas propriedades rurais, acabe com o licenciamento ambiental de atividades realizadas nas propriedades, impeça a ampliação de terras indígenas, apoie políticas de negociação bilateral com a China e permita aos produtores repactuar dívidas não bancárias com agentes de financiamento rural.
Agora, no apagar das luzes, o candidato Haddad faz um derradeiro esforço para ludibriar os eleitores deletando o vermelho de sua campanha, que sempre foi o símbolo do seu partido. Esta tentativa cínica e hipócrita não vai colar.
Haddad tem pouco tempo para “refundar” o PT, negando o socialismo radical que sempre foi a sua base ideológica e migrando para uma posição de “social democracia”.
Só se for uma social democracia às antigas, aquela que na segunda metade do século XIX advogava o socialismo de maneira estrita, a ser atingido através da luta de classes. A versão original do “nós” e “eles”.
Numa tática de encobrimento, boa parte da esquerda transformou a campanha eleitoral na peleja do diabo com o homem do céu, ou na luta do Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro.
O argumento-chave é que Jair Bolsonaro representa a ditadura militar e Fernando Haddad, a democracia. Criaram até uma frente democrática contra o “retrocesso”.
Dizer que não se deve votar em Bolsonaro porque ele elogiou figuras do regime militar brasileiro é o mesmo que não recomendar o voto em Haddad porque o PT e toda a militância que o acompanha elogiam os militares de ditaduras de esquerda, como Cuba, Coreia, China,Venezuela e outras menos em evidência.
Tentam arregimentar os homossexuais e outros segmentos discriminados da sociedade, como se a discriminação, o preconceito e as matanças de gays tivessem cessado nos governos de esquerda que se sucederam no Brasil desde a eleição de Fernando Henrique Cardoso, em 1994.
Com a aprovação na Câmara e no Senado, o texto segue agora para sanção do presidente Michel Temer, que pode vetar as condições bem pra lá de generosas incluídas por parlamentares, que dobraram a meta das despesas da Viúva.
Quando orientou o candidato do PT a presidente ser “mais Haddad” no segundo turno, após a derrota acachapante no primeiro turno, o ex-presidente e presidiário Lula apenas colocou em prática sua nova jogada: descolar-se de nova derrota para Jair Bolsonaro (PSL).
“Lula é esperto, experiente, percebeu logo que Haddad não venceria”, diz um ex-ministro lulista de carteirinha eleito para o Congresso no dia 7.
A Câmara dos Deputados aprovou na noite de ontem o texto-base da Medida Provisória 848/18, que cria uma linha de crédito, com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), destinada às santas casas e os hospitais filantrópicos que atendem pelo Sistema Único de Saúde.
Ainda faltam ser analisados as propostas de alteração ao texto, os chamados destaques, para que a matéria siga para análise dos senadores.