Embora fora das discussões da campanha eleitoral, umas das atribuições do novo presidente será a sucessão de comando nas Forças Armadas.
Enquanto na Marinha a escolha mais provável é o primeiro integrante do alto comando na ordem de antiguidade, no Exército e na Aeronáutica há mais questões que devem ser consideradas.
Na FAB, por exemplo, Jair Bolsonaro (PSL) ou Fernando Haddad (PT) terão a oportunidade de empossar o primeiro comandante negro, o brigadeiro Raul Botelho.
Esta é a segunda morte política de Alckmin. A primeira ocorreu quando, fazendo exatamente o que Doria fez com ele, ignorou o acordo de Serra com Gilberto Kassab, ganhou a convenção tucana e disputou a Prefeitura de São Paulo.
Foi surrado por Kassab. Estava liquidado, diziam. Mas Serra o levou para seu Secretariado e Geraldo Alckmin ressuscitou politicamente.
E agora? Depende: se Doria se eleger governador, cuidará com carinho de Alckmin, com maçã na boca e pele pururuca. Se França for o eleito, ele terá nova chance. Velhos políticos não morrem, fingem que não é com eles.
Os poucos idealistas que ainda sobraram no Partido dos Trabalhadores (muitos dele se afastaram ao longo do lamacento caminho do "mensalão" ao "petrolão") têm novas razões para chorar e ranger os dentes.
O projeto metamorfoseante do PT parece ser o de dar ao partido uma certa cara de PSDB, menos espinhosa, mais palatável. Mas isso só reforça a sordidez da mudança e não a justifica.
Todos sabemos que tudo não passa de conversa para boi dormir, pois se Haddad viesse a ser eleito, mudaria no dia seguinte tudo o que está hoje dizendo que vai fazer.
Perde seu tempo quem procura um projeto de governo no horário político da televisão.
Em 2014, estava em cartaz a ficção hollywoodiana da chapa Dilma-Temer, patrocinada pelo departamento de propinas da Odebrecht.
Na atual temporada, Bolsonaro e Haddad levam ao ar uma espécie de filme de James Bond 100% feito de bandidos — sem um 007 para deter a guerra tecnológica que se alastrou para a trincheira do WhatsApp.
Em entrevista ontem no Rio, o presidenciável do PSL voltou também a reclamar das urnas eletrônicas e afirmou que, caso seja eleito, pretende criar “um sistema eletrônico de votação confiável, que possa ser auditado”.