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CURTO & GROSSO
Edição de 21/02/2002
Marcos Antonio Moreira -- fazperereca@yahoo.com.br
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Deputado Moacir Pires (PFL) está tentando reunir colegas do PMDB, PT e PPS em um bloco único, com o objetivo de fazer com que as oposições consigam, pelo menos, fazer parte das comissões temáticas na Assembléia Legislativa de Mato Grosso.
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Na ponta do lápis, as oposições somam nove parlamentares: três do PFL, dois do PMDB, dois do PT e dois do PPS -- um a mais que o terço exigido, inclusive, para a instauração de CPIs.
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Na vida real, porém, não é bem assim: um do PFL (Campos Neto) e os dois do PPS (Carlos Brito e Jair Mariano) não fecham com as oposições.
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O PT, por sua vez, prefere fazer vôo solo.
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Resumo da ópera: o bloco idealizado pelo deputado Moacir Pires se resume a quatro nomes.
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Com isto, o governo continua deitando e rolando na Assembléia Legislativa, enquanto as tais "oposições" não conseguem, sequer, levar adiante um simples Requerimento de Informações.
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Pelo Regimento Interno da AL, os requerimentos de informações podem ser apresentados até oralmente, mas, por exigência da Mesa Diretora, só são aceitos com o endosso de oito deputados...
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...O que corresponde a um terço da casa, ou seja, o mesmo número de assinaturas exigido para instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito.
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Se o posicionamento de cinco dos nove parlamentares da "bancada de oposição" é ambigüo, o dos deputados do PPS, além de ambígüo, é pra lá de suspeito.
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Para consumo externo, Jair Mariano e Carlos Brito apóiam Roberto Fança, adversário do governador Dante de Oliveira...
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Já, para consumo interno, a coisa muda completamente de figura: estão "fechados" com a bancada governista, no melhor estilo "Mateus, primeiro os meus".
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Explica-se: Brito tem um irmão empreiteiro e Mariano é empresário do ramo de ar condicionado.
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Falar em Assembléia Legislativa, a denúncia dos financiamentos fantasmas, além de tirar o sossego do presidente Humberto Bosaipo e do primeiro-secretário José Riva, desmanchoou as tradicionais rodinhas de funcionários pelos corredores.
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Até parece tempo de murici, que é quando cada um cuida de si...
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O ambiente, que já era carregado, ficou ainda mais pesado quando o presidente Humberto Bosaipo anunciou que requereu e obteve habeas corpus preventivo para evitar sua prisão caso não consiga entregar no prazo estipulado pela Justiça Federal, todos os documentos solicitados pelo procurador Pero Taques.
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E por falar em prazo, a cada dia que passa Tangará da Serra fica mais parecida com o Velho Oeste americano, onde os "bandidos" eram intimados pelo "mocinhos" a abandonar as cidades em determinado prazo.
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Só que, no caso de Tangará, os "bandidos" são os profissionais de imprensa e os "mocinhos" os chefões políticos locais.
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O último a receber ameaças foi o repórter Júlio César Ladeia, que foi intimado a abandonar a cidade dentro dos próximos 30 dias.
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A "ordem" veio dos "mocinhos" liderados pelo prefeito Jaime Muraro.
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Ladeia é o quarto profissional de Imprensa a receber ameaças em Tangará da Serra, desde a execução do vereador Daniel Lopes da Silva, o Daniel do Indea.
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Todos os ameaçados têm algo em comum: cobram a elucidação do crime ocorrido há quase oito meses.
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Sintomático, muito sintomático...
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