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HOJE NA HISTÓRIA
30 de Outubro
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30 DE OUTUBRO
1830
Falece, no Forte do Príncipe da Beira, o major José Francisco da Cunha, comandante desse ponto militar, sendo substituído interinamente por seu filho - capitão Floriano José de Oliveira.
Homem de cor e quase analfabeto, não lhe faltavam, escreve Leverger, “Zelo pelo serviço e conhecimento do estado das cousas’.
Seis meses antes do seu falecimento, isto é, 12 de março de 1830, expunha ele ao coronel Jerônimo Joaquim Nunes, comandante das armas da província, o estado miserável da guarnição do Forte, e o fez com tanta nudez, com tanta singeleza e verdade, que as suas palavras ainda agora comovem. São estes os termos do seu oficio:
"Há 55 anos que giro nesta fronteira, e não me é oculto o modo por que eram tratados meus antigos predecessores, e que era o brinco dos predecessores de V. Excia, este importante forte, onde se gastaram uns poucos de milhões.
"Eu, Exmo. Senhor, sem guarnição alguma, e esta guarnição grita, os soldados de segunda linha choram, o hospital geme, sem eu ter com que os possa curar. As doenças de circunstâncias eu sou que administro o modo de as curar por não haver cirurgião.
"A quem se há de dizer, Exmo. Senhor, que há quatro anos que vem uma libra de açúcar, um frasco de cachaça, e não falemos na farinha, ao menos para atender a esses miseráveis.
"Com respeito e submissão vou prostrar-me aos benignos pés de V. Excia., pedir-lhe meu rendimento, pois há oito anos, Exmo. Senhor, estou a trabalhar com meu filho para subjugar este presídio, sem termos recebido um só vintém!”
Conhecida em Cuiabá a morte desse honrado servidor, foi nomeado o alferes Antônio José da Silva Negrão para o lugar de comandante do Forte do Príncipe, cuja guarnição nenhum respeito guardou ao nomeado, vindo mesmo a depô-lo em março do ano seguinte.
1930
Às 14 horas, o Dr. Aníbal Benício de Toledo passou o governo ao Major Sebastião Rabello Leite.
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