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HOJE NA HISTÓRIA
03 de Novembro
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1726
É nomeado o primeiro mestre de campo de Cuiabá, recaindo essa nomeação na pessoa de Antão Leme da Silva, natural de Itu, filho de Pedro Leme da Silva, denominado o Torto, e de D. Domingas Gonçalves.
Depois da carta régia de 29 de outubro de 1749, os mestres de campo ficaram com a denominação de coronéis.
1890
Falece em Cuiabá, sendo no mesmo dia sepultado no cemitério da Piedade, o tenente Luis Zeferino Moreira. Filho do primeiro tenente de artilharia Luís Zeferino Moreira, que viera para Mato Grosso na organização do 1º corpo fixo, segundo o decreto de 20 de agosto de 1842, e aqui constituíra família consorciando-se com D. Maria Madalena Moreira, nasceu o segundo Luís Zeferino na cidade de Cáceres, a 25 de janeiro de 1851, e nesta capital fez os seus estudos primários com o professor particular Ludovico Othon Schulze, que também lecionava a cadeira de filosofia do Seminário Episcopal.
Em 1868 assentou praça no 19º Batalhão de Infantaria, sendo em 1869 reconhecido cadete, quando já primeiro sargento. Neste último ano passou a servir no 1º Corpo de Guardas Nacionais, de onde foi transferido em 1872 para a vila de Corumbá. Promovido a alferes e classificado no 8º Batalhão, também de infantaria, regressou a Cuiabá e foi mandado servir no comando do piquete de cavalaria, cuja unidade dirigiu posteriormente por duas vezes, merecendo elogios pelo seu zelo e disciplina.
Além dessa comissão militar, várias outras exerceu, e entre elas a de comandante da força estacionada em Bela Vista, sendo ao mesmo tempo, em abril de 1885, nomeado agente fiscal da circunscrição fronteira com o Paraguai. Igual função desempenhou depois em Ponta Porã, onde adquiriu a enfermidade que o levou ao túmulo.
Promovido ao posto de tenente, após a proclamação da República, cuja patente não lhe pôde chegar às mãos, e como se encontrasse ausente, voltou a Cuiabá em setembro de 1890.
Conquanto não guardasse dúvida sobre o seu estado de saúde, todavia procurava dissimular, quanto possível, aos olhos de sua família, o mal que lhe minava a existência. Afetuoso e bom, a sua morte causou geral consternação na cidade, sendo o féretro acompanhado à última morada por muitos companheiros de classe e numerosos amigos, e eram estes tantos quantos se aproximaram da sua pessoa.
Se como militar a carreira de Luís Zeferino Moreira foi curta e sem uma nota de destaque, embora norteada pelo exato cumprimento do dever, a sua vida como cidadão bem merece ser relembrada. Possuindo cultura mediana, pois que sua saúde, sempre precária, não lhe permitiu o prosseguimento dos estudos que encetara na Escola Militar, era, no entretanto, um investigador de cousas intelectuais, e mais de um trabalho seu teve O Expectador ocasião de publicar.
Antigo sócio da Literária Cuiabana, lutando essa sociedade ainda no início com dificuldades financeiras, foi Luís Zeferino quem secundou Francisco Correa na obtenção da casa em que por muitos anos se encontrou depois instalada, à praça da Matriz, empregando para isso todo o seu valimento junto a Floriano Peixoto, de quem era ajudante de ordens e amigo dedicado. Mas nem só esse serviço prestou àquela agremiação, agora em franca decadência; como a Literária Cuiabana, a sociedade dramática União Militar teve a sua cooperação desinteressada e constante, e ninguém ignora quanto útil foi o modesto palco da União.
Privando-se mesmo do repouso e de pequenas economias, levou à União o recurso material necessário em momentos apertados, e graças à sua iniciativa — belo gesto que foi acompanhado por outros companheiros — A União Militar manteve-se por longa temporada, proporcionando à sociedade cuiabana espetáculos mensais.
Abolicionista declarado, contribuiu na medida das suas forças para a libertação de diversos escravizados, como membro ativo da Sociedade Abolicionista 13 de Junho; republicano por convicção, considerava a vitória dos princípios democráticos como necessária à prosperidade nacional.
Homem de hábitos singelos, fazendo da amizade um nobre culto, a sua vida transcorreu serena e plácida, repleta do bondade e de carinho, cerrando os olhos para sempre na perspectiva de um futuro de dias bonançosos, que bem se condizia com a sua alma generosa e franca.
Casado em junho de 1877 com D. Maria Augusta Portella Moreira, falecida a 18 de dezembro de 1940 e sepultada na Piedade (filha do coronel João Nepomuceno da Silva Portela). deixou do seu consórcio cinco filhos — Arthur, João, Luís, Leonor e Luiza Portela Moreira.
1916
Falece em Poconé o coronel João Antônio Nunes da Cunha. Nascido naquela cidade, a 11 de novembro de 1830, e filho do barão de Poconé, ainda bastante moço seguiu para S. Luiz de Cáceres e ali verificou praça no exército.
Deixando a vida militar, dedicou-se ao comércio e à indústria extrativa da poaia. De Cáceres transferiu o seu domicílio para o município do Coxim, e encontrava-se na fazenda Bracinho quando se deu a invasão paraguaia, em 1865.
Embarcou no rio São Lourenço no mesmo navio que conduzia o tenente coronel Portocarrero, e de Cuiabá passou novamente a Poconé, abrindo ali casa de negócio.
Acalentou desde moço ideais republicanos, que propagava no círculo dos seus amigos, e às dez horas da noite de 9 de dezembro de 1889, sentindo que lhe batiam à porta com insistência, abriu uma janela e declarou que só sairia à rua se lhe dissessem que estava proclamada a República.
— Pois está, meu amigo, lhe respondeu Celestino Ferreira Gomes. Pode sair à rua, e vamos festejar o advento do regime republicano!
Fez o coronel João Nunes parte da Constituinte matogrossense e foi depois eleito, por vezes, deputado estadual. Era casado com D. Delmira da Silva Lara, e do seu consórcio teve cinco filhos: João Cunha, Maria Emedina da Cunha, Manoel Emedino da Cunha, Delmira da Cunha e Othon Nunes da Cunha.
1930
Assume o governo do Estado, em Campo Grande, o Tenente-Coronel Antonino Mena Gonçalves.
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Comentários dos Leitores
Os textos dos leitores são apresentados na ordem decrescente de data. As opiniões aqui reproduzidas não expressam necessariamente a opinião do site, sendo de responsabilidade de seus autores.
Comentário de GLORIA CAVALCANTI (gloria@sanesul.ms.gov.br) Em 24/08/2010, 17h21 |
INFORMAÇÃO DE PESQUISA |
BOA TARDE
GOSTARIA DE SABER QUAL A REFERENCIA BIBLIOGRAFICA QUE FOI USADA PARA AS INFORMAÇÕES, POIS O MEU BISAVO TAMBEM ERA ALFERES DO 19 BI NA MESMA DATA CONFORME CITA NO TEXTO DESTE SITE
MEU BISAVO JOAQUIM CAVALCANTI DA SILVEIRA BEZERRA FOI COMANDANTE DO BFRONTERIRA BOLIVIA EM CACERES, CASOU E FALECEU EM CACERES
FAVOR ME ENVIE UMA RESPOSTA, POIS ESTOU ESCREVENDO UM LIVRO SOBRE A TRAGETORIA DA MINHA FAMILIA
GRATO
GLORIA
Em 24/08/2010, 20h01 |
Resposta do editor:
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Boa Noite,
As informações da seção Hoje na História foram retiradas dos livros (são dois volumes) "Datas Mato-grossenses" do historiador Estêvão de Mendonça. |
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Comentário de Antonio Nunes da Cunha (toninhonc@hotmail.com) Em 06/03/2010, 15h25 |
errata Maraia Emedina da Cunha |
Onde se lê Maria Emedina da Cunha grafar corretamente para Maria Enedina Nunes da Cunha |
Comentário de antonio nunes da cunha (toninhonc@hotmail.com) Em 06/03/2010, 15h22 |
errata Manoel Emedino |
Onde se lê Manoel Emedino da Cunha - corrigir para Manoel Jovino Nunes da Cunha que é o nome correto do meu avô paterno. grato Antonio Nunes da Cunha |
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