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HOJE NA HISTÓRIA
04 de Novembro
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1867
Falece, em Passo Pacu, o coronel de engenheiros Frederico Carneiro de Campos, antigo deputado geral pela província da Rio de Janeiro. Nascido na Bahia, assentou praça em 1822 e exerceu diversas comissões civis e militares, e entre elas as de diretor da fábrica de pólvora da Estrela e presidente da província da Paraíba.
Nomeado presidente da província de Mato Grosso, por decreto de 1º de outubro de 1864, foi aprisionado por ordem de Solano Lopez, a 12 de novembro seguinte, juntamente com os demais passageiros do paquete Marquês de Olinda, quando vinha assumir o exercido daquele cargo. Atormentado na prisão, diz um escritor pátrio. “sofrendo privações e fome, depois levado para a campanha atrás do exército paraguaio, espancado, coagido a preparar cartuchos para as armas inimigas de sua pátria, doente, privado de tratamento, cada manhã na dízima normal de prisioneiros esperando ser degolado, tendo em muitos dias, por único alimento, um pedaço de couro a mastigar, a cair de extenuado e quase moribundo, nas marchas e retiradas, e obrigado a andar a golpes de espaldeiradas e de pau, Frederico Carneiro de Campos, vitima de indizíveis torturas, descansou, enfim, morrendo em abandono, sem o menor socorro e sem a mais leve consolação
Do seu doloroso cativeiro deixou a narrativa em uma carta, escrita a lápis, dirigida à sua esposa e que foi encontrada entre os papéis de ditador do Paraguai, tomados pelo duque de Caxias, em Lomas Valentinas.
1878
Falece em Cuiabá o capitão José Delfino de Almeida, antigo negociante e um dos políticos mais influentes do partido liberal. Natural desta província, homem geralmente estimado, foi em mais de uma legislatura eleito deputado à Assembléia Provincial e exerceu com muita competência outros cargos de nomeação. Deputado por Mato Grosso na décima legislatura da Assembléia Geral, eleito a 23 de dezembro de 1856, a propósito da sua asco lha e eleição ocorreu o seguinte fato original, nele figurando em primeiro plano o almirante Leverger, então presidente da província.
Aproximava-se a época das eleições chamadas gerais, e o presidente Leverger. que pertencia à facção conservadora, mas que era um espírito fortemente educado e altamente conciliador, julgou a ocasião oportuna para efetivar o congraçamento dos dois partidos militantes. Com esse intento, convidou o coronel João Baptista de Oliveira, chefe do partido liberal, e o coronel Manoel Antunes de Barros, chefe do partido conservador, para uma conferência em palácio, em dia e hora que ficaram indicados. Reunidos aqueles políticos, expôs-lhes Leverger a conveniência de um acordo entre ambos, de maneira que as eleições corressem com a calma necessária, escolhendo cada partido o seu candidato, recebendo, porém, os candidatos, a votação dos dois partidos conjuntamente.
Aceita prazenteiramente a proposta pelo chefe liberal, foi escolhido o nome de José Delfino de Almeida, e o chefe conservador escolheu o nome de Antônio Peixoto de Azevedo. Terminada a conferência, já se despediam os coronéis Baptista de Oliveira e Antunes de Barros, quando foram detidos pelo presidente:
— Um momento mais, disse-lhes amavelmente Leverger. Para que o Sr. Baptista não possa ser logrado pelo Sr. Barros e vice- versa, eu exijo de cada um o depósito de dez contos de réis, que reverterá a favor do candidato que receber o logro. Riram-se os dois chefes políticos, mas no dia seguinte faziam pontualmente o depósito, que só foi restituído aos respectivos donos depois de diplomados os candidatos.
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