O dia no Supremo promete. A mãe de todas as confusões está adiada por cinco dias.
O ministro Marco Aurélio, relator das Ações Declaratórias de Constitucionalidade sobre a execução da pena depois da condenação em segunda instância, prorrogou por cinco dias a sua decisão de levar em mesa a concessão de uma liminar suspendendo a punição antecipada até que o tribunal não vote as ADCs. Mas ainda sobra muito barulho.
Estão pautados os habeas corpus de Antonio Palocci, que está em prisão preventiva há um ano e oito meses, e o de Paulo Maluf.
O ex-ministro já foi condenado por Sérgio Moro a 12 anos de cadeia. O caso Maluf é mais complicado: foi condenado em última instância pela Primeira Turma.
E, de novo, os olhos do País estão postos sobre a sempre tão discreta Rosa Weber. Rosa esta que, como lembrou ontem o juiz Sérgio Moro – como a ecoar a canção de Cartola – não fala.
Mas Rosa fala, sim. Nos votos. E aquele que ela exarou ao julgar o habeas corpus de Lula pareceu um tanto hermético quando pronunciado na TV Justiça, mas traz, na versão integral, os fundamentos que permitem decifrar o seu pensamento.
Horas depois do vazamento de um áudio atribuído a Chico Pinheiro, em que o jornalista critica o juiz federal Sergio Moro e defende Lula, Ali Kamel, diretor de jornalismo da Rede Globo, disparou um e-mail com tom de advertência aos jornalistas da emissora.
“O maior patrimônio do jornalista é a isenção. Na vida privada, como cidadão, pode-se acreditar em qualquer tese, pode-se ter preferências partidárias, pode-se aderir a qualquer ideologia. Mas tudo isso deve ser posto de lado no trabalho jornalístico”, diz o texto, que segue um alerta sobre o uso das redes sociais.
E relembra repreensão feita no ano anterior, relacionada à postagem de fotos de jornalistas em que marcas apareciam, dando a ideia de publicidade — alfinetada que estaria ligada ao casamento de César Tralli e Ticiane Pinheiro.
Nove governadores do Nordeste abandonaram os afazeres e alugaram jatinhos para viverem um dos momentos mais desmoralizantes desde a prisão do ex-presidente Lula por corrupção.
Os nove foram barrados por um despacho do juiz Sérgio Moro, assinado na véspera, proibindo demagogia rastaquera na carceragem da Polícia Federal, onde meliante comum cumpre pena.
O objetivo da visita não era político, destinado a Lula. Era a chance de fazer média com eleitor ignorante que ainda votaria do meliante.
Ansiosos pelo gesto demagógico, os governadores nem sequer se deram ao trabalho de checar na PF se a visita seria autorizada.