CURTO & GROSSO

Edição de 27/02/2002

Marcos Antonio Moreira -- fazperereca@yahoo.com.br

Era só o que faltava! Não bastassem as contrariedades provocadas em vida pelo espevitado filho Zuzinha, o ex-governador de São Paulo, Mário Covas -- um dos raros homens íntegros da vida pública brasileira -- por conta de mais uma demagogiazinha básica do governador Dante de Oliveira, agora não terá sossego nem mesmo depois de morto.

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Dante resolveu "homenagear" o falecido governador dando o nome de Mário Covas ao gasoduto Mato Grosso/Bolívia, construído pela GasOcidente, subsidiária da falida multinacional Enron.

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A decisão de "homenagear" Covas acontece no exato momento em que o jornal Washington Post acaba de revelar que o tal gasoduto foi utilizado para maquiar o balanço da multinacional e lesar milhares de investidores nos EUA e outras regiões do mundo.

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O mais doloroso é que a obra nem do governo é. Trata-se de mais uma apropriação indébita de um investimento privado pelo governador Dante.

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Mas, logo esse gasoduto, um baita aplique?

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Pela irretocável biografia que construiu em vida, definitivamente, Covas não merece ter seu nome lincado a uma patifaria de tamanha envergadura.

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Em entrevista ao jornal Bom Dia Brasil da Rede Globo, na manhã desta terça-feira, o governador Dante de Oliveira voltou a defender o engajamento das Forças Armadas no combate ao tráfico dedrogas.

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Conversa, claro, de quem quer tirar o corpo fora. Aliás, como é da índole do governador Dante.

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As Forças Armadas existem para garantir a inviolabilidade e a integridade do território nacional, o que tem feito, aliás, pois, ao longo da História, não consta que o Brasil tenha perdido um palmo sequer de seu território para outras nações.

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Isto apesar dos governantes que temos, gente do tipo que vende a mãe e ainda financia o comprador com dinheiro do BNDES.

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Ao invés de defender o engajamento das Forças Armadas no combate ao tráfico, Dante deveria usar o "prestígio" que imagina ter para defender -- isto, sim -- a destinação de mais recursos para o Exército, a Marinha e a Aeronáutica...

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Dante, porém, prefere defender um governo cuja prioridade é encher os bolsos dos banqueiros Cacciolas da vida, enquanto nos quartéis das Forças Armadas falta dinheiro até para o rancho -- que não é e nunca foi grande coisa.

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Para equipamentos e melhorar o soldo, então...

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Pensar em colocar recos mal equipados, mal pagos e, além de tudo, desnutridos frente a frente com poderosos traficantes é de uma irresponsabilidade dantesca. Para dizer o mínimo.

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Vão a leilão no próximo dia 12 as instalações do Grupo Homat em Cuiabá. No pacote estão incluídos o Hotel-Fazenda e o Centro de Convenções, no bairro do Coxipó, e a área do Hotel Mato Grosso, no centro da Capital.

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Leva tudo quem oferecer R$ 3.232.450,00 -- valor do débito do grupo no Banco do Brasil, que recebeu os referidos imóveis como garantia.

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O Grupo Homat é aquele mesmo que, nos sete anos da Era Dantesca, era escolhido para sediar nove em cada dez eventos patrocinados pelo governo do Estado.

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Em tempo: o hotel Águas Quentes, administrado pelo grupo, está fora do "pacote".

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Como se sabe, aquele complexo pertence ao governo do Estado de Mato Grosso. Apenas foi cedido ao Grupo Homat, no governo Bezerra, pelo período de 30 anos.

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Falar em hotel, Pantanal e quejandos, vale a pena ler matéria publicada no último domingo pelo jornal The New York Times sobre as araras azuis do Pantanal.

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É só dar um ckick na seção Atento Olhar.

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