AS ERAS DO DESFRUTE, DA PILHAGEM E DA CANEQUINHA Diagonais no Tempo OS PARALELOS&MERIDIANOS
As eleições deste ano da graça não podem ser comparadas com nenhuma outra dos últimos 36 anos, período em que foram realizados 14 pleitos ou fases, aqui enfeixadas em três eras. Estamos à beira da consolidação ou funeral da terceira.
Grosso modo, dos estertores da ditadura militar – a velha e boa "Redentora" – podemos resumir assim o processo de abertura "lento, seguro e gradual" que teve início em 1982, com a eleição direta para os governos estaduais.
Diretas e tal, porém, reservado aos governadores – Júlio Campos, no caso de MT – a prerrogativa de nomear o prefeito da Capital (Anildo Lima Barros, em Cuiabá) e área de "segurança nacional" (uma certa Nana, em Cáceres).
No Senado, na vaga de Vicente Vuolo, Roberto Campos juntou-se a Benedito Canelas e ao biônico Gastão Müller. Foi o Professor – Bob Fields para os críticos – quem arranjou o bereré para o "Arranca Safra", a pavimentação de rodovias.
O bem-bão de Anildo durou pouco – mal teve tempo de abrir uma perimetral (a Miguel Sutil) e duplicar as avenidas do CPA e Fernando Corrêa. Em 1985 as urnas voltaram a dizer quem seria prefeito das capitais. Deu Dante na cabeça.
No Estado não havia, então, nenhuma das tais "instâncias hidrominerais". Em "compensação", tinha Aripuanã – a antiga Científica de Humboldt, no coração da selva – a merecer a honraria, um Nunseiquelá cujo partido era a Arena, claro.
Ainda nesta fase, em 1986 – sem reeleição, mas já sem o poder de nomear prefeitos – enquadra-se Carlos Bezerra no Paiaguás, com Márcio Lacerda e Louremberg Rocha nas cadeiras de Gastão e Canelas, em companhia do Professor.
Nada de notável com Bezerra no executivo a não ser a importação de 500 vacas de Cuba, além da pavimentação do trecho Primavera/Dom Aquino, onde fica sua fazenda e endereço de boa parte das mimosas do tal rebanho leiteiro.
A eleição de Jaime em 1990, um dos poucos que apoiaram Collor, marca o fim do mandato do ilustre papa-banana no Senado – nenhum parentesco com o clã de Vadjú – e as estreias de Djúlio e Djonas Pinheiro. Lacerda continua.
Como não havia a Lei de Responsabilidade Fiscal – é de 04/05/2000, dez anos depois, portanto, e a inflação nas grimpas, o bolicheiro deitou e rolou ao aplicar as rendas estaduais no overnight em banco privado.
O destino de tais rendimentos – por Deus eu juro! – não foi o bolso deste pobre marquês nem o seu ou reforçou a salário dos servidores, por certo. Aliás, só não quebrou Mato Grosso graças aos saltos estupendos do agronegócio.
Deixou como legado um loteamento de chácaras sem infraestrutura "inspirado" em seu apelido "Pedra 90" e batizou conjuntos habitacionais com as datas de seu nascimento, batizado, crisma, primeira comunhão... E mais nada!
Com a vitória de FHC ao Planalto e do "socialista moreno" Dante cá na Planície –, em 94, saem Lacerda e Loro, entra Bezerra e seguem o "papa-bananas" e o bugrão Jonas, reeleito, trazendo a tiracolo Bráulio Mággico na 1ª suplência.
Cabe ressaltar que naquela quadra não vigorava o instituto da reeleição – tirado da cartola pela tucanalha em 98, com o "maiorrapoio" do Magrão, àquela altura confortavelmente aninhado no PSDB, sem o menor interessse.
Fazia uma gestão sofrível – e bota "sofrível" nisto! – em todos os qüesitos, com destaque na Segurança, área em que o Comendador Arcanjo era o tal. E o comando da PM chegou a anunciar uma "operação surpresa" no bairro Dom Aquino.
A pajelança da reeleição pegou Djúlio de calças curtas. Esperava voltar ao Paiaguás no fim de mandato contra um governo cambaleante e pegou pela proa Dante turbinado. O mesmo se deu com Bezerra, este em meio à legislatura.
Babycow virou os arreios. Reclamava muito, com certa razão, que o vice Lacerda, de seu partido, mandava menos que André Maggi e só era lembrado nas improvisadas viagens internacionais, quando estourava algum pepino.
Julgava-se o candidato natural do grupo em 98. E se o clima já era ruim na coligação, ficou péssimo com a escolha de uma "chapa pura" para a reeleição. A troca de Lacerda por "Rogélio" Sales para vice foi a gota d'água.
Quando viu o leite derramado, Bezerra chutou o balde e partiu pro pau. Na reta final juntou os trapos com Djulinho – sabe-se lá por quantos milhões de motivos e cargos. O fato é que somaram a rejeição a ambos e deu xabu.
No fim da fritada, na Câmara Alta permaneceram Jonas e Bezerra, aos quais veio "somar" o desagregador Pés de Barro, a Vestal Parida que gerou o Comitê da Maldade. Djúlio teve de se contentar com uma sinecura na Embratur.
Desse jeito terminou a tal primeira fase e teve início a Era do Desfrute, que veio a se finar em 2002 com a eleição do herdeirinho mimadinho – aquele que passa a perna até na Santinha Padroeira – tendo como vice Iracy França.
Na gravação, a presidenta do PT diz que Lula é um preso político e acusa a Justiça brasileira.
“Lula foi condenado por juízes parciais num processo ilegal. Não há nenhuma prova de culpa, apenas acusações falsas”, afirma. A petista termina convocando “todos e todas [do mundo árabe] a se juntarem na luta” para libertar Lula.