CURTO & GROSSO

Edição de 06/09/2001

Marcos Antonio Moreira -- fazperereca@yahoo.com.br

Algo de muito estranho anda acontecendo no não menos estranho Detran de Mato Grosso.


Todos os carros novos só são licenciados com placas com finais 01 e 02.


Normalmente, o final do número da placa é o do mês de licenciamento. Em setembro, por exemplo, as placas teriam que ter o final 09.


O estranho fenômeno só tem uma explicação: forçar o pagamento do IPVA nos meses de janeiro e fevereiro do próximo ano, poucos dias antes do prazo de desincompatibilização do atual governador e conseqüente renovação dos ocupantes de cargos de primeiro e segundo escalões -- Detran incluído.


Uma felpuda raposa desconfia que o procedimento cheira a uma "operação rapa-tacho". Em outras palavras, levantamento de fundos para campanha.


Outra coisa igualmente estranha que reforça aquela desconfiança: o documento do IPVA, ultimamente, também não tem autenticação bancária, apenas uma carimbo.


Mudando de assunto, ma non troppo: o empreiteiro e latifundiário Armando de Oliveira, irmão do governador do Estado, não tocou piano na PF, como se comenta. Foi apenas identificado.


Armando -- mais conhecdo no meio empresarial por "Goela Grande" -- é acusado pelo Ministério Público Federal de falsificar documentos públicos.


Segundo denúncia do procurador da República Pedro Taques, o irmão do governador "pagou" à Receita Federal contribuições do Cofins e do PIS com guias com carimbos falsificados do Bemat.

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