|
CURTO & GROSSO
Edição de 16/08/2001
00:00
As circunstâncias da morte do vereador Daniel do Indea -- executado a tiros na madrugada do dia 3 de julho, em Tangará da Serra -- só não serão esclarecidas, agora, se não quiserem.
O delegado municipal Adriano Peralta se prontificou a contar tudo o que sabe, se a Câmara de Vereadores instaurar uma CPI e convocá-lo para depor.
Peralta está afastado do caso, a pedido, por ser tio da esposa do vereador executado com quatro tiros disparados à queima-roupa, logo depois de discursar e votar contra a privatização do serviço municipal de água e saneamento.
O crime está sendo investigado pelo delegado especial Sebastião Ribeiro, que pouco tem parado na cidade. Passa mais tempo na Capital, apesar do "empenho" prometido pelo governo no sentido de elucidar o caso que comoveu e chocou a população da cidade.
As investigações correm sob segredo de justiça, por solicitação do delegado regional Eduardo Gomes, o que tem concorrido para alimentar todo tipo de especulação.
Adriano Peralta -- em declarações a uma emissora de rádio local, reproduzidas pelo jornal Diário da Serra -- disse que o esclarecimento do assassinato está nas mãos dos vereadores.
Para o delegado municipal, para se chegar ao executor e/ou mandante do crime, basta investigar os últimos três meses de vida de Daniel do Indea, período em que o vereador intensificou suas críticas à privatização do serviço de saneamento, que acabou aprovado na última seção de que participou.
Para Peralta, o crime tem motivações políticas, mas só poderá contar tudo o que sabe se a Câmara instaurar a CPI e convocá-lo.
A população de Santo Antonio de Leverger -- a antiga "Jóia engastada no sertão, bem juntinho ao Cuiabá" -- agora é palco e cenário de mortes e violência.
O bucolismo deu lugar a frequentes rebeliões no presídio que o governador do Estado cismou que construir na área urbana da cidade e, na mídia -- nacional e internacional -- os encantos naturais perderam espaço para as execuções em massa de presos.
Mas, 2002 vem aí e fica a critério da população local premiar ou castigar nas urnas o responsável pela situação de pãnico que domina a cidade, afugenta os turistas e afasta investidores.
Compartilhe:
|
|