|
CURTO & GROSSO
Edição de 13/08/2001
Marcos Antonio Moreira -- fazperereca@yahoo.com.br
00:00
Mais uma vez o governo do Exmo. Sr. Dr. Governador do Estado, comandante-em-chefe do Batalhão de Trânsito e distinto marido da primeira-dama mente, descaradamente -- por outra: mente, normalmente -- para justificar a cobrança de um imposto ilegal, o Fethab (Fundo Estadual de Transporte e Habitação Popular).
Em mais uma campanha milionária da agência DMD/Oliveira, o governo alega ter recuperado 17 mil quilômetros de estradas com o dinheiro do tal imposto.
Já nos prontificamos a publicar aqui, graciosamente, os necessários esclarecimentos do governo acerca de quais foram os trechos supostamente "recuperados", o custo e o nome da empreiteira que teria realizado cada trecho.
É lógico que do Palácio Paiaguás ou da agência DMD/Oliveira não virá esclarecimento algum, pela simples e boa razão que trata-se de mais um pacote de "obras virtuais" -- aquelas que só existem na imaginação do Exmo. Sr. Dr. Governador.
No fundo, no fundo, o que o Sr. Dante Martins de Oliveira pretende é criar a impressão de que os milhões arrecadados através do Fethab -- uma bitributação -- estão sendo aplicados em benefício público quando, na realidade, ninguém no governo saiba ou queira dizer qual o montante arrecadado mensalmente e a destinação dos recursos do tal imposto.
A dantesca mentira não resiste à confrontação com números do próprio governo. Acontece que o Fethab foi criado há 15 meses e o governo teria que ter recuperado mais de 1.000 quilômetros por mês para transformar em verdade a mentira contada na propaganda governamental.
O total de estradas supostamente "recuperadas" com recursos provenientes da cobrança do Fethab equivale várias vezes ao total recuperado pelo governo nos cinco anos anteriores, segundo dados do próprio DVOP -- aquele mesmo que foi extinto, assim, na calada da noite, sem maiores explicações.
Se efetivamente o governo tivesse realizado o trabalho que alega ter feito, regiões inteiras não teriam ficado isoladas no período chuvoso e as estradas não estariam esburacadas como ainda estão.
O descaramento é tamanho que, na propaganda enganosa, o governo inclui até obras realizadas antes da criação do Fethab.
Sintomaticamente, a programa não relaciona uma única casa popular construída com recursos do tal fundo "de habitação popular". É a única verdade contida na milionária publicidade oficial.
Compartilhe:
|
|